A seca vista do alto

A falta de chuva muda a paisagem nas reservas hídricas. Nas barragens, ilhas brotam por toda parte

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Um voo realizado por ambientalistas sobre a região de Passo Fundo, no final da semana passada, no helicóptero do Ibama,  revelou do alto, um cenário desolador provocado pela maior seca dos últimos 60 anos.  Além dos estragos no campo, e o racionamento anunciado na sexta-feira a falta de chuva muda a paisagem nas reservas hídricas. No lugar do açude, restou apenas terra rachada. Nas barragens, ilhas brotam por  toda parte. Em alguns pontos, é possível fazer a travessia a pé. Trapiches que antes ficavam parcialmente cobertos pela água estão cada vez mais distantes das margens.
Para o integrante do Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (Gesp), Paulo Fernando Cornélio, a situação das nascentes dos rios Jacuí e Passo Fundo, ambas localizadas em Povinho Velho, interior do município, simbolizam a gravidade do momento. “Desde a criação do Gesp, há 29 anos, sempre  monitoramos esses dois pontos. Pela primeira vez em minha vida estou vendo elas completamente secas” lamenta. 
Em razão dessa situação, a entidade pretende entregar na próxima segunda-feira, à Corsan e ao Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Passo Fundo (CBHPF), um documento não recomendando a transposição das águas do rio Jacuí. Pelo projeto, uma adutora, já em construção, vai levar água de uma distância aproximada de oito quilômetros para aumentar a vazão do rio Passo Fundo. A obra está orçada em R$ 2 milhões.
“Se a nascente-mãe está seca, é sinal de que outras menores também estão comprometidas. Por isso, não recomendamos a retirada de água nessas condições” afirma Cornélio. Os ecologistas temem pela redução drástica da vazão do rio e, consequentemente, pela alteração de todo o ecossistema. Cornélio entende que a melhor alternativa para preservar por mais tempo as reservas hídricas é a adoção  do racionamento em Passo Fundo.  Na quarta-feira, a expectativa de amenizar o quadro, anunciada pelos meteorologistas,  novamente não se confirmou. A chuva prevista foi de apenas 26,2 milímetros, insuficiente para aumentar o volume de água nos mananciais. Um mapa divulgado pelo Instituto Nacional de Meteorologia, do período entre 1º de novembro até 31 de maio, demonstra o déficit hídrico em diversas cidades da região, inclusive de Santa Catarina. Em Passo Fundo, a precipitação nos últimos seis meses foi de apenas 560, 7, sendo que o déficit é de 404,7 milímetros (veja mapa completo). 

Um voo realizado por ambientalistas sobre a região de Passo Fundo, no final da semana passada, no helicóptero do Ibama,  revelou do alto, um cenário desolador provocado pela maior seca dos últimos 60 anos.  Além dos estragos no campo, e o racionamento anunciado na sexta-feira a falta de chuva muda a paisagem nas reservas hídricas. No lugar do açude, restou apenas terra rachada.

Nas barragens, ilhas brotam por  toda parte. Em alguns pontos, é possível fazer a travessia a pé. Trapiches que antes ficavam parcialmente cobertos pela água estão cada vez mais distantes das margens.Para o integrante do Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (Gesp), Paulo Fernando Cornélio, a situação das nascentes dos rios Jacuí e Passo Fundo, ambas localizadas em Povinho Velho, interior do município, simbolizam a gravidade do momento. “Desde a criação do Gesp, há 29 anos, sempre  monitoramos esses dois pontos. Pela primeira vez em minha vida estou vendo elas completamente secas” lamenta. 

Em razão dessa situação, a entidade pretende entregar na próxima segunda-feira, à Corsan e ao Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Passo Fundo (CBHPF), um documento não recomendando a transposição das águas do rio Jacuí. Pelo projeto, uma adutora, já em construção, vai levar água de uma distância aproximada de oito quilômetros para aumentar a vazão do rio Passo Fundo. 

Leia a matéria completa nas edições impressa e digital do jornal O Nacional

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