A Rua Ana Neri no Bairro São Luiz Gonzaga é um local conhecido por recorrentes cenas de violência. A via passa em frente aos portões de entrada e saída do Presídio Regional de Passo Fundo e é a divisora de um contraste entre o crime e a esperança de uma comunidade. Se de um lado estão presos centenas de criminosos de vários municípios da região, do outro, crianças e adolescentes de seis a 16 anos tem a chance de ver no esporte e no convívio com os treinadores novas possibilidades para a vida. Assim como a escolinha de futebol que funciona em um terreno da Prefeitura cedido por 10 anos à Associação de Moradores do Bairro São Luiz Gonzaga, iniciativas parecidas se desenvolvem em várias partes da cidade.
No São Luiz, o campo não tem um gramado especial, nem pintura ou uma cerca adequados, mas isso não foi limite para oferecer às crianças aulas de futebol e cidadania. O treinador Régis Baiano já trabalhou com atletas profissionais e hoje se dedica a este trabalho social. “Com a escolinha nós evitamos que essas crianças fiquem na rua. Nós ocupamos o tempo delas com o esporte e também ajudamos a criar cidadãos para o mundo. Por meio do futebol, ensinamos a disciplina, além de desenvolver a coordenação motora e fazer bem à saúde”, destaca.
Para iniciar o trabalho da escolinha, a parceria com a associação de moradores do bairro possibilitou comprar bolas e outros materiais. De acordo com o presidente Rodolfo Boita no início o valor mensal cobrado das crianças é de R$ 25 para a manutenção dos materiais e também o pagamento dos treinadores. Posteriormente a intenção é buscar padrinhos que contribuam para permitir a continuação do trabalho. Boita afirma ainda que existe uma verba de R$ 5 mil ganha por meio do Orçamento Participativo pela qual estão esperando. Quem tiver interesse em apadrinhar as crianças podem entrar em contato pelos telefones 9206-2780 com Paulo Sérgio ou pelo 9136-0542 com Régis. As aulas acontecem as terças e quintas-feiras e aos sábados.
A mãe Daniela Galli dos Santos, 29 anos, tem dois filhos que participam da escolinha, o Pedro Henrique, sete anos, e Tiago Luiz, de seis. “Eles tinham os colegas que vinham e gostaram. Para eles é muito importante e também é perto de casa, o que facilita para trazer e buscar eles”, opina. Para ela, é importante que as crianças tenham espaços assim para praticarem atividades esportivas ao invés de brincarem na rua. “Antes de trazê-los vim ver como era o trabalho. Eles cobram e ensinam bastante as crianças”, observa.
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