O agente educacional, Jorge Gomes, de 58 anos, descobriu no lixo eletrônico uma fonte de renda e agora repassa os seus ensinamentos para cerca de 200 alunos da Escola Estadual Monteiro Lobato, localizada no bairro Planaltina. O projeto “Reciclar: Formate esta ideia” foi criado há um ano e arrecadou no ano passado três toneladas de resíduos eletrônicos. O recurso de aproximadamente R$ 1 mil obtido com a venda do material foi revertido para o projeto através de ferramentas, luvas, jalecos e no laboratório de informática. Durante as feiras realizadas na escola, os aparelhos antigos que estão em funcionamento são vendidos para colecionadores e os equipamentos em bom estado também são comercializados por um valor simbólico. O restante dos materiais é desmanchado e as peças de cobre, alumínio, metal e ferro são vendidas para uma indústria de reciclagem.
A iniciativa que começou na semana do meio ambiente em 2011 com apenas 11 alunos voluntários tornou-se uma oficina. Na época, a maior parte dos materiais foi arrecadada na comunidade. Hoje, a escola tornou-se ponto de coleta. Os alunos do 1º ano do ensino médio que não trabalham participam da atividade durante as terças e quintas-feiras no turno inverso da aula. Nos próximos anos, a ideia é ampliar para os estudantes dos 2º e 3º anos do ensino médio.
O agente educacional que coordena a oficina disse que neste ano, os alunos receberam um desafio. Eles terão que fazer uma criação a partir do material. Os trabalhos serão avaliados pelos professores e os estudantes farão uma autoavaliação. Gomes frisou que dois produtos não têm comércio: o plástico dos computadores e os tubos de imagem dos aparelhos de televisão. “Esses produtos não tem muita serventia e então vamos utilizá-los na própria escola. A nossa ideia é transformar a caixa do computador em lixeiras e os tubos em mesas de centro para a sala. Estamos ensinando os alunos a cuidar do meio ambiente”, frisou Gomes.
A aluna Angélica Laimer, de 14 anos já pensou em algumas ideias. “Estamos pensando em utilizar as caixas dos monitores para plantar flores ou utilizar as peças do teclado do computador para montar um quebra-cabeça”, ressaltou a aluna.
O estudante Victor Hugo Tiecher, de 15 anos e seus colegas passaram duas semanas criando um cartaz utilizado durante uma atividade na semana do meio ambiente deste ano. As palavras foram escritas com fios retirados dos aparelhos eletrônicos.
A escola que também faz o recolhimento de óleo de cozinha conscientiza os seus alunos desde pequenos. A aluna do 2º ano do ensino fundamental, Amanda Maciel da Silva, de 7 anos, sabe na ponta da língua as formas de preservar o meio ambiente. Ela contou que antes mesmo de aprender na escola, a mãe já tinha explicado em casa. “Não podemos desperdiçar a água porque vai faltar pra gente beber. O plástico tem que ser colocado no lixo seco porque dá para reciclar”, declarou a menina.
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