A partir dessa quarta-feira (20), o acervo do Instituto Histórico (IH) de Passo Fundo estará disponível no Arquivo Histórico Regional (AHR), através de um comodato realizado entre o IH e a UPF. Ontem, às 19h, foi apresentado um audiovisual na Academia Passo-fundense de Letras apresentando algumas das peças que integram o acervo. Conforme o presidente do instituto, o médico e historiador Pedro Ari Veríssimo da Fonseca, o principal objetivo dessa disponibilização ao público é difundir a história do município.
Entre as várias peças, documentos e livros que foram adicionados ao AHR, Fonseca destaca o acervo de Antônio Carlos Machado, que contém 6.800 fichas descrevendo os acontecimentos diários de Passo Fundo. Em uma das fichas, por exemplo, Machado anota no dia 22 de março de 1848 a criação de escola pública para homens. Também está disponível o livro de atas da Câmara Municipal da então Vila Passo Fundo datado de 1857, acervo de autos e crimes entre 1835 e 1857, entre outros.
Tradicionalismo
Antes do estabelecimento do movimento tradicionalista, já existia um grupo de invernadas em Passo Fundo, especificamente em 1927 com o Camacho Grupo de Invernadas Gauchescas. “O tradicionalismo é um movimento que sempre foi criado por intelectuais”, ressalta Fonseca. Uma das fotos que compõe o audiovisual mostra a Cavalaria Bandas do Butiá, a qual ele explica a origem do nome. “Múcio de Castro mandou um bilhete para Amadeo Goelzer criar a cavalaria lá nas ‘bandas do Butiá’, e aí acabou ficando assim o nome”.
Ainda tratando do estado, uma obra bastante querida por Fonseca é o exemplar do livro “O Estado do Rio Grande do Sul”, com cerca de 600 páginas e escrito em 1916 por Monte Domênico e outros autores. Tratando principalmente sobre a abertura do porto de Rio Grande, o exemplar está em bom estado de conservação.
Outro item que vale destacar também é a Biblioteca Nicolau Vergueiro, que possui o diário do próprio com mais de 1000 páginas que descrevem os principais acontecimentos de Passo Fundo. “E você pode notar que ele tinha uma letra muito bonita, e não cometia rasuras nas folhas, tinha uma escrita praticamente perfeita”, destaca Fonseca. Ele ainda ressalta que nenhuma cidade possui um registro tão rico e com um número de dias seguido como no diário de Vergueiro.
Interessados nas obras podem vê-las no Acervo Histórico Regional, que fica situado na Rua Paissandu, 1576, bairro Centro, e funciona entre segunda e sexta-feira das 8h às 11h30 e das 13h30 às 17h30. O telefone para contato é (54) 3316 8516.
