O fim dos tempos, o recomeço de uma nova era ou a segunda vinda de Cristo. As interpretações para o apocalipse são variadas em diferentes religiões e culturas do mundo. Bastante evidenciado neste ano, o tema foi o escolhido para que os acadêmicos do primeiro semestre do curso superior de tecnologia em Design de Moda da Universidade de Passo Fundo (UPF) pudessem fazer suas primeiras criações. Na noite de 22/06 eles desfilaram 29 modelos inspirados no tema central, mas com abordagens diferentes.
A capacidade que o ser humano tem de dissimular seus verdadeiros interesses foi a interpretação levada à passarela pela acadêmica Andressa Orsato. A escolha pelo subtema “O bem e o mal” quis mostrar o desvalor que se difunde. “A minha intenção foi evidenciar que a capacidade que o ser humano tem de camuflar a sua verdadeira face é inigualável. Ela comprova que o ser humano pode se mostrar ser bonzinho e no fundo pode ser muito mau”, disse. A roupa, composta por uma capa branca e um body preto, tem destaque para o uso da malha cirrê e transparências em diversas partes.
A beleza do desastre foi o subtema escolhido pela aluna Anelise Herrmann. De acordo com a coordenadora do CST em Design de Moda Rosânia Hobolt essa interpretação levou em conta a solidariedade que se evidencia nesses momentos. “O apocalipse para alguns pode ser o fim do mundo e para outros o recomeço”, justificou.
Mercado
De acordo com a professora Rosânia, o segmento de moda na região é importante pela geração de emprego e renda que representa. A região de Passo Fundo movimenta mais de 400 micro e pequenas empresas, além de mais de 1.000 estabelecimentos de varejo de roupas e acessórios. “Os projetos que nós fazemos querem interagir com esse mercado. Fazemos isso por meio da apresentação dos trabalhos e trazendo os empresários e a comunidade para assistirem aos desfiles”, salientou. Outro objetivo do trabalho é mostrar aos empresários do ramo da confecção a importância de se definir um tema para se trabalhar uma coleção.
O projeto integra todas as disciplinas do primeiro nível. De acordo com a coordenadora, alguns alunos conseguiram executar todos os passos do trabalho, desde o desenho, escolha do material e confecção da peça. “Alguns chegaram a tingir o pano para fazer a roupa. Então esse trabalho congrega todas as disciplinas e se transforma nessa roupa que vai para a passarela”, finalizou. Todos acadêmicos precisaram elaborar uma pesquisa para embasar a escolha do subtema e também da cartela de cores e materiais.
As cores do apocalipse em evidência na UPF
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