Nordestinos e gaúchos juntos no arraial

Gaúchos trocam a bombacha pelas vestes de chita dos nordestinos. União de culturas no mês de São João resultará na apresentação de uma verdadeira Festa Junina

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O Centro de Tradições Nordestinas Mandacaru (CTN) promove depois de sete anos a quarta festa junina em Passo Fundo. Desta vez, os maranhenses terão a parceria dos gaúchos que se uniram para realizar a quadrilha que leva o nome de Maragá (Maranhenses e Gaúchos). O grupo composto por 12 casais ensaia há dois meses os passos que farão parte da quadrilha junina. A dança tipicamente nordestina não terá apenas os passos conhecidos pelos gaúchos como túnel, serrote e parafuso. Outros passos realizados nas festas do Maranhão serão incorporados. Os caipiras poderão provar comidas como a canjica e a pamonha. A apresentação oficial acontece no dia 07 de julho no salão da Associação de Moradores do bairro Hípica.

As celebrações de São João para os nordestinos equivalem aos festejos farroupilhas para o gaúcho. É o momento em que eles comemorarem a época de chuva e fartura no seu Estado. No Rio Grande do Sul, as festas juninas também acontecem, mas não nas proporções e fervor do Nordeste. Lá, as quadrilhas disputam entre si e todo ano inovam seus passos e vestes. Algumas cidades literalmente param para os festejos.  

Nesta época, a cultura dos mais de cinco mil nordestinos que residem na região da grande Vera Cruz em Passo Fundo aflora. O presidente do CTN, Josélio da Silva que mora há 14 anos no município, não esconde a ansiedade de mostrar as suas tradições para o povo gaúcho e relembrar um pouco da sua infância. “Essa época lembra a minha infância e dá muita saudade da festa do Nordeste. Desde criança assistimos o bumba meu boi e as quadrilhas. O meu sonho é trazer o bumba meu boi para uma apresentação aqui”, frisou o nordestino.

Há sete anos, os nordestinos não realizam a festa junina no município. Há 60 dias, os casais que vão compor a quadrilha ensaiam duas horas por semana aos domingos. Entre os passos típicos que serão apresentados estão o garranchê, o cestinho de flor e a coroação que os gaúchos não conhecem. O casal de noivos, os pais da noiva, o padre e as rainhas Caipira e das Flores fazem parte dos personagens. “Tem alguns passos que são mais complexos e optamos por deixar de fora devido ao tempo curto de ensaio. Além dos passos típicos da festa do Maranhão, os gaúchos poderão conferir os passos tradicionais como o túnel, a onda, o serrote e o parafuso”, explicou o presidente do CTN.

O milho é símbolo da festa junina no Maranhão. Ele representa a fartura na época de chuva que é tão escassa em outros períodos do ano. Durante a festa serão oferecidos pratos típicos como a canjica, a pamonha, o bolo de milho e o pinhão. Segundo os nordestinos, o pinhão é tradicional apenas nas festas do Rio Grande do Sul, mas também fará parte do cardápio.

Leia a reportagem completa nas edições impressa e digital do jornal O Nacional

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