Nunca na história a saca de soja atingiu preço tão alto. Porém, a reação do mercado vem em um momento que pouco ajuda o produtor. Isso, porque 90% da safra já foi negociada a preços mais baixos. No balcão, a saca hoje está sendo vendida por R$ 60, podendo chegar a preços ainda mais altos. “Superou totalmente a expectativa. Nunca tivemos um preço tão bom como o que está sendo praticado no momento”, avalia o engenheiro agrônomo da Emater, Claudio Dóro.
De acordo com ele, o preço de balcão está na base de R$ 60 e o soja disponível, na base de R$ 66 e R$ 67. “No Porto de Paranaguá chega a R$ 70 ou R$ 72. Estes preços, se puxarmos a história da soja, desde o início da existência da cultura, nunca esteve tão alto assim, superando a expectativa do produtor. Ninguém esperava uma reação do mercado como esta”, destaca.
As justificativas para o aumento do preço são os estoques mundiais baixos, a demanda crescente, a queda de safra da América Latina, principalmente Brasil, e também Paraguai e Argentina e o clima seco nas zonas produtoras americanas. Além disso, o câmbio teve também influência: o dólar valorizado atingiu o mercado interno. “Existe ainda a questão dos fundos de investimento, pois foi comprada muita soja na bolsa de Chicago. Esses fatores são os básicos que elevaram o preço da soja”, explica Dóro.
Porém, para a economia regional, a alta do preço da saca não influencia, pois a quase totalidade da safra já foi comercializada e a preços inferiores aos praticados hoje. “Para a economia da região não dá para dizer que isso represente um grande sucesso, porque a safra foi frustrada. Na verdade, temos preços quase que nominais hoje, pois mais de 90% da colheita já foi vendida a preço mais baixo”, argumenta. Segundo Dóro, o forte foi vendido na base de R$ 50 a R$ 54. “Ela reagiu agora que quase não temos mais soja para vender. Então, o impacto na economia vai ser muito pequeno, porque primeiro já viemos com a maior parte comercializada a preço mais baixo. Esses preços de agora vão beneficiar, quem sabe, 10% da safra só. E como foi uma safra frustrada com relação à produção, não terá grande impacto na economia não”, enfatiza o engenheiro agrônomo.
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