O lixo sendo tratado como matéria-prima para indústria

Esta é a visão da empresa que atualmente trabalha com a destinação final do lixo produzido em Passo Fundo

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Em 30 dias de trabalho no aterro sanitário de Passo Fundo, a empresa RPF Ambiental já mudou o cenário no local. As condições de trabalho dos recicladores da Recibela melhoraram, o volume de lixo aproveitado aumentou e novos investimentos estão previstos para breve. Isso, devido a uma visão empresarial diferenciada, onde o lixo não está sendo visto como rejeito apenas, mas como matéria-prima de uma indústria.

Porém, esta é a primeira vez que se ouve falar na empresa RPF Ambiental. De onde ela surgiu? Quais são os planos de investimentos? O lixo é um negócio rentável? É possível realizar um trabalho ambientalmente sustentável e viável financeiramente? Quem responde a essas perguntas é um dos diretores da empresa, Cleber Bordignon, que tem sua formação como técnico em agropecuária, administração e pós-graduação em marketing do agronegócio e atua no mercado investidor, através da Agroinvvesti.

O Nacional – De onde vem a RPF Ambiental?
Cleber Bordignon –
A Agroinvvesti sempre teve no portfólio uma atividade ambiental, ou buscou ter. Até então não bem sucedida, porque o ambiental é um segmento difícil de ser rentável, tanto que até poucos dias atrás querer usar uma folha de papel reciclado era muito mais caro. Hoje, se você quer usar uma tábua de plástico reciclado, é muito mais caro. Ficou muito evidente esta imagem do que é ambientalmente correto e economicamente inviável. Porém, no nosso site temos ainda a Agroinvvesti Ambiental, que faz assessoria jurídica, defesa, projetos. Há muito tempo vínhamos envolvidos com este tema e querendo fazer um trabalho ambiental, porque entendemos que hoje tem que andar junto com o negócio. Com isso, percorremos o Estado todo, junto com o departamento jurídico que é especializado na área ambiental. Fomos conhecer aterros, conhecer incineração hospitalar, mas vimos que existe uma dificuldade de entrar nessa área. Então recuamos nessa questão e passamos a ver de que forma poderíamos entrar nesse processo. As coisas foram andando, fizemos alguns trabalhos interessantes nessa área, mas em questão de projetos, e aí usamos a Agroinvvesti para fazer um plano piloto de agenda ambiental empresarial. Sempre estivemos ligados a isso, já são quase oito anos. Sempre tivemos a ideia de tornar essa ideia economicamente viável, porque se não for viável, não há como trabalhar.

ON – Esse foi o início?
CB –
Isso. Falar em meio ambiente e sustentabilidade é bonito, é bacana, mas os resultados são poucos. Em cima dessa linha, fomos procurados por uma empresa que tinha uma ideia, patenteou, e nos procurou para somar esforços e colocar isso em prática, fazer funcionar. E aí que acabou se criando a nossa empresa. De nossa parte, alocamos a Agroinvvesti Transportes para ser o nosso braço ambiental. Essa empresa trabalha com logística e é ela a sócia desse empreendimento, que a gente definiu por investir, seja em Passo Fundo ou outros municípios.

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