Correios apreendem plantas exóticas enviadas da Austrália e Alemanha

Encomendas tinham como destino cidades de Sarandi, Carazinho e Palmitinhos

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Após duas apreensões de animais exóticos enviados da Europa, funcionários dos correios de Passo Fundo, interceptaram na sexta-feira,  através do sistema de raio-x, quatro  embalagens destinadas para cidades da região norte do Estado, contendo plantas ainda não identificadas. Duas delas haviam sido enviadas da Alemanha e Austrália. O material foi encaminhado  ontem para análise e identificação  no Museu Zoobotânico  Augusto Ruschi (Muzar), da UPF.

Uma das encomendas havia sido postada dia 31 de maio, da cidade alemã de Frankfurt para Sarandi. Na caixa, havia uma planta, já com sinais de fungos,   em um pequeno vaso, além  de  um cogumelo de plástico. A outra remessa  internacional trata-se de um envelope  com sementes de micro –citrus , postada da Austrália para Carazinho. Segundo a agente florestal regional do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap), órgão ligado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Maria Helena Bassan Benedetti, no mês de junho, os correios já haviam interceptado outros dois envelopes, um da Turquia e outro da Austrália,  para o mesmo destinatário, contendo plantas ornamentais, além de sementes de romã e guaco.  

Em  outra  caixa de papelão, postada dia 19 de junho, do Rio de Janeiro, para Victor Graef, havia 10 mudas de plantas aquáticas, enroladas em jornal umedecido e  plásticos. Na mesma embalagem, os técnicos encontraram um saco  plástico com água contendo 13 moluscos de origem africana. A  espécie ( Melanoides Tuberculata), é  considerada  invasora, e  provavelmente seria utilizados em aquários.  Em outra caixa de papelão, enviada da cidade de Imigrantes para Palmitinhos, ambas no Rio Grande do Sul, havia 43 cactus de diferentes espécies.

Segundo Maria  Helena,  uma norma interna dos correio proíbe o envio  de plantas vivas. Ela observa que o transporte somente é permitido mediante nota fiscal e  Documento de Origem Florestal (DOF), emitido pelas secretarias de meio ambiente ou Ibama, caso contrário, os autores  podem ser enquadrados no crime de transporte de produto de origem florestal sem documentação.

“Nos casos  dos remetentes e destinatários brasileiros, vamos fazer a identificação e multá-los em R$ 300 por cada unidade “ explica.  Após a identificação, as plantas exóticas serão incineradas e as nativas, provavelmente encaminhadas para a Reserva Maragato. Em relação aos moluscos,  a multa prevista é de R$ 500 por unidade.  De acordo com o  chefe do escritório do Ibama em Passo Fundo, Flabeano de Castro, os animai devem permanecer no Muzar.

Estagiária do Muzar, a bióloga Kelen Scherer da Costa, alerta para os riscos que  o ingresso de plantas exóticas  podem  trazer aos seres humanos, animais e para a própria flora. “Pode se tratar de uma planta tóxica, causar alergia para o homem, além de se expandir e agredir as espécies nativas. No caso dos moluscos, além de invasores, são  vetores de doenças” explica.

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