A Fepam suspendeu a licença de operação do aterro sanitário de Marau alegando que o local não atende a legislação ambiental atual. A empresa Via Norte que administra o aterro desde janeiro de 2012 informou que já investiu R$ 700 mil em melhorias e que providenciou os itens necessários para renovação da licença. O aterro, que também recebe o lixo de Passo Fundo, continuará operando normalmente até a notificação oficial da Fepam à empresa Via Norte.
Conforme nota divulgada pela Fepam, o aterro sanitário do município vizinho a Passo Fundo apresenta disposição irregular de resíduos diretamente no solo e vazamento de chorume para o meio ambiente. A empresa administradora do aterro afirmou que foi pega de surpresa com a decisão do órgão ambiental estadual.
Diariamente, o aterro de Marau recebe 160 toneladas de resíduos. O engenheiro ambiental da Via Norte, Robson Tomazi, frisou que a última vistoria feita no aterro foi em maio deste ano e que dos 14 itens necessários para obtenção da renovação da licença, o aterro só não atendeu um dos itens referente a captação do chorume. Na época, a obra de contenção e tratamento do chorume já estava em andamento sendo concluída em junho. Foram construídas 14 caixas de inspeções para conter o chorume e mil metros de tubulação foram colocados para conduzir o chorume até a estação de tratamento. “Fomos os últimos a ser informados da decisão da Fepam que não esteve no local para tomar essa decisão. Ela deveria ter notificado a empresa. Ficamos sabendo por terceiros. Essa situação causa um transtorno para a empresa e para os municípios que utilizam o aterro”, disse o engenheiro da Via Norte.
Empresa disse que nos últimos meses foram feitas inúmeras melhorias para deixar o aterro mais limpo, organizado e dentro das exigências da legislação. A Via Norte deverá recorrer da decisão da Fepam. “Fizemos um plano de trabalho em cima de condicionantes necessárias para a licença de operação”, salientou Tomazi.
Via Norte disse que estão previstos mais R$ 500 mil de investimentos para as próximas obras
Principais melhorias e investimentos feitos pela empresa:
- Controle de entrada de resíduos;
- Monitoramento 24 horas;
- Contratação de 13 funcionários;
- Maquinário (quatro caminhões caçamba, duas retroescavadeiras, um trator esteira e uma escavadeira hidráulica);
- Recuperação do aterro (gel membranas – manta que isola o solo em duas lagoas de tratamento de efluentes);
- Isolamento acústico (Plantio de cortina vegetal ao redor do aterro para controle de odores e melhoramento do impacto visual);
- Construção de 14 caixas de inspeção (coletar o chorume);
- Construção de mil metros de tubulação (para levar o chorume até o tratamento)
- pavimentação das vias do aterro;
- Instalação de um horto florestal (produção de espécies próprias para ação social e ambiental).
Passo Fundo já tem plano B
O diretor da RPF Ambiental, Cléber Bordignon, que administra o aterro sanitário de Passo Fundo informou que o lixo do município continuará sendo encaminhado ao aterro de Marau até a comunicação oficial da Fepam. “Caso a decisão se mantenha, o município possui outros dois aterros licenciados com possibilidade de receber os resíduos de Passo Fundo”, informou Bordignon.
Atualmente, a prefeitura paga R$ 107,90 por tonelada para a RPF. O diretor da RPF disse que os custos operacionais da empresa aumentarão se o lixo tiver que ser enviado para outro aterro, mesmo assim o contrato firmado com a prefeitura será mantido pelo mesmo valor. “Conheço vários aterros e o de Marau está se tornando um modelo. Melhorias estão sendo feitas e o nível de investimento é alto. O que está faltando é a Fepam visitar o aterro”, defendeu Bordignon.
Fepam suspende licença de operação do aterro de Marau
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