A paralisação de caminhoneiros marcada para ontem, no dia de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas, em todo o Brasil, sob a liderança do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), teve pouca adesão na região de Passo Fundo. Logo no início da manhã, chegou a ocorrer uma pequena concentração de veículos em postos de combustíveis, às margens da BR 285, e no pátio de algumas transportadoras de municípios vizinhos, mas à tarde, o fluxo nas estradas já era considerado normal pela Polícia Rodoviária Federal. “Alguns ficaram em dúvida sobre a adesão ou não, mas depois retomaram a estrada” afirmou o chefe do posto da PRF em Passo Fundo, Vilésio Cerbaro.
De passagem por Passo Fundo, o caminhoneiro Valdecir Milani, 40 anos, residente em Frederico Westphalen, preferiu seguir viagem para cumprir uma entrega na cidade catarinense de Cunha Porã. “Hoje viajei normal, vamos analisar a situação nos próximos dias. Se for o caso, eu paro”, afirmou.
Presidente do Sindicato dos Motoristas Autônomos de Marau, responsável por 11 municípios da região, Honorino Francisco Pissolatto, diz ser contrário à paralisação por atender interesses das grandes empresas e de determinados postos de combustíveis.“Algumas alterações, como o cartão-frete, o controle da jornada de trabalho, entre outros benefícios adquiridos pelos motoristas, não agradaram aos empresários, mas para os motoristas foram avanços importantes, em razão disso” afirmou.
Razões do protesto
O MUBC reivindica à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a revogação da resolução 3056/09, que regulamenta as alterações na Lei 11442/07, a qual, segundo a entidade, possibilitaram a inclusão no mercado de fretes, de milhares de transportadoras, provocando concorrência desleal e ilegal. Outro item da pauta diz respeito à Lei 12619/12, que estabelece descanso diário de 11 horas dos motoristas, porém, as rodovias não possuem pontos de apoio para os caminhões pararem.
Bloqueio
Durante o protesto estavam previstos o fechamento de rodovias em diferentes regiões do Estado, mas uma liminar concedida pela Justiça Federal proibindo o bloqueio nas estradas, surtiu efeito. Mesmo assim, pela manhã, um trecho da BR 392, entre Pelotas e Rio Grande, foi bloqueado por cerca de 30 minutos, impedindo a passagem de veículos. Um motorista tentou furar o bloqueio, mas teve os pneus do caminhão furados. Houve congestionamento na rodovia, liberada posteriormente pela Polícia Rodoviária Federal.
Paralisação de caminhoneiros teve adesão tímida na região
· 1 min de leitura