Anac decide restringir voos no aeroporto de Passo Fundo

Interdição é provisória até a realização das adequações na seção contra incêndio. Avianca suspendeu a venda de passagens e vôos foram transferidos para Chapecó

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A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) publicou na manhã desta quarta-feira (25) a portaria que restringe algumas operações no Aeroporto Lauro Kourtz, em Passo Fundo. A suspensão atinge a operação das aeronaves da Avianca, que operam na categoria contra incêndio quatro, com mais de 100 passageiros. Já os vôos da NHT continuam a operar normalmente devido ao pequeno porte das aeronaves.

A decisão foi tomada após inspeção de rotina realizada por fiscais do órgão nos dias 16 e 17 de julho, que encontraram algumas inconformidades na seção contra incêndio que, segundo a agência, podem comprometer a operação de aeronaves. A Anac concedeu prazo de cinco dias (vencido dia 24 de julho) para a adoção de providências para garantir a segurança das operações de aeronaves de maior porte. Procurado pela reportagem, o diretor do Departamento Aeroportuário do Estado, Roberto Carvalho Netto, não se pronunciou sobre o problema.

Avianca

Segundo o vice-presidente Comercial e de Marketing da Avianca, Tarcísio Gargioni, no primeiro dia da suspensão, 76 passageiros que embarcaram em São Paulo com destino a Passo Fundo desembarcaram no Aeroporto de Chapecó (SC), às 14h45, quando a companhia disponibilizou o translado de ônibus até Passo Fundo.

No entanto, a operação inversa não pode ser realizada por falta de tempo para avisar os passageiros e organizar a logística de transporte. “Não conseguimos montar uma operação regular e comunicar todos os passageiros a tempo”, informou. Por isso, o avião acabou voltando vazio para São Paulo.

No total, 64 passageiros não puderam embarcaram ontem para Guarulhos. Conforme o representante da companhia, 29 optaram por embarcar nesta quinta-feira (26) em Chapecó e 35 foram transportados por microônibus para o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Para os 63 passageiros que adquiriram passagem para essa quinta-feira a Avianca disponibilizou um ônibus para Chapecó, com saída prevista para hoje às 10h30. O vôo está previsto para às 15h15. Inicialmente a Anac autorizou somente para hoje um vôo extra a partir do Aeroporto Serafim Enoss Bertaso.  “Amanha (hoje) a gente espera receber a autorização para os próximos dias”, complementou.

A venda de passagens da Avianca pelo Aeroporto Lauro Kourtz permanecem suspensas até o restabelecimento do funcionamento do local, mas a companhia tem 700 passagens vendidas até o dia 31 de julho. A Avianca opera há quase quatro anos com dois vôos de domingo à sexta-feira de ida e volta para o aeroporto de Guarulhos (SP). A média de passageiros é de 80 passageiros em cada trajeto.

Passageiros não foram avisados

Ontem à tarde, no saguão do aeroporto o clima era de indignação por parte dos passageiros da Avianca. Muitos relataram que não houve nenhum contato prévio avisando sobre o problema antes que os passageiros chegassem até o aeroporto.   O professor universitário Adriano Toazza considerou desrespeitosa a situação. Ele voaria pela Avianca até São Paulo na tarde de ontem, às 15h. “Aqui nos informaram que a Anac havia interditado o aeroporto e que eles estão tentando transferir as pessoas para Porto Alegre”, relatou. O professor precisou transferir compromissos e lamentou que a empresa não tenha feito um contato prévio. “Não tiveram a decência de nos avisar antes sobre o que havia acontecido para que a gente pudesse se programar pelo menos um pouco”, lamentou. Ele foi um dos passageiros que teve a viagem adiada para o hoje a partir do Aeroporto Salgado Filho. Segundo Toazza a empresa se comprometeu em providenciar a estadia e alimentação para os clientes.

A engenheira de alimentos paulista Maira Thomazine também foi prejudicada pela restrição. Após três horas de carro para chegar a Passo Fundo ela foi avisada sobre a impossibilidade de embarcar para Guarulhos somente no aeroporto do município. “Eu acho que poderiam ter nos avisado antes, assim que eles souberam, porque a empresa tem um cadastro nosso com informações de telefone e e-mail. No meu caso, as três horas que eu demorei para chegar a Passo Fundo poderia ter usado para ir à Chapecó e retornar ainda hoje (ontem) para a minha casa”, reclamou Maira. A engenheira de alimentos voaria direto para São Paulo e de lá pegaria um ônibus para Campinas ainda ontem. Com a ida à Capital gaúcha, Maira se viu obrigada a embarcar somente na manhã de hoje, atrasando inclusive a volta ao trabalho onde deveria entregar um relatório sobre a atividade realizada no Rio Grande do Sul.  “Agora não tenho como mandar o relatório da visita ao cliente porque aqui não tem acesso a internet wireless (sem fio). Aí vou ter que esperar até a noite para enviar esse meu projeto que é para a Europa, então fica tudo parado”, relatou apontando uma das carências do terminal passo-fundense.

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