A população rural de Passo Fundo teve uma diminuição significativa nos últimos 70 anos. Se na década de 1950 o Censo do IBGE apontou a maior população rural, com mais de 70 mil pessoas, o último Censo de 2010 revelou que pouco mais de 4,7 mil ainda vivem no campo. Desse total, pouco mais de 1,4 mil têm entre 15 e 34 anos. O total de pessoas que ainda moram no campo representa apenas 2,55% de toda a população contabilizada no município que é de aproximadamente 184 mil moradores.
Enquanto se observa uma diminuição acentuada na população rural de Passo Fundo, vários jovens veem no campo uma possibilidade de ter melhor qualidade de vida. Entre as reivindicações, uma se repete: a melhoria das vias do interior. Com estradas de chão que ficam praticamente intransitáveis em alguns trechos em dias de chuva, a maior liberdade no dia-a-dia em horários e tarefas a cumprir compensa a opção de viver no campo. Nas pequenas propriedades a estratégia da diversificação da produção é comum e permite que em áreas não muito extensas se consiga ter diversas fontes de renda.
Leite e fábrica de embutidos
Na comunidade de Santa Gema, a família de Lucas Biff, 30 anos, tem na atividade leiteira uma importante fonte de renda além do plantio de milho, trigo e soja. O sonho de Biff, nem sempre foi o de ficar no campo. Em algumas ocasiões ele conseguiu emprego na cidade, mas acabou voltando para o interior. Hoje a família está investindo na construção de uma fábrica de embutidos que irá agregar mais valor ao que é produzido na propriedade. “A nossa família é grande para se manter só do leite. Por isso vamos investir na fábrica de embutidos. É um produto que dá dinheiro e tem um bom mercado”, justifica.
Nas experiências que teve morando na cidade, Biff trabalhou com mecânica até o momento em que decidiu que ficaria morando no campo. “Preferi fazer coisas pra mim e não para os outros. Decidi isso há dois anos porque em casa a gente tem tudo. Hoje pra ir à cidade é mais fácil tem carro e moto”, observa lembrando que a condição da estrada às vezes dificulta o trajeto, principalmente em dias de chuva. O barro e o acumulo de água em alguns pontos, principalmente os mais baixos, deixa o caminho difícil de se fazer com a motocicleta, por exemplo. Ele tem três irmãos e apenas uma irmã casou e foi morar na cidade.
Leia a notícia completa nas edições impressa e digital do jornal O Nacional