Garimpando antiguidades

Confraria reúne 12 membros e já contabiliza 200 peças no acervo

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Rádios valvulados, aparelhos de TV, máquinas de costura, ferramentas e uma infinidade de outros objetos antigos desprezados pela maioria, são transformados em preciosidades nas mãos de um grupo de  amigos colecionadores. Somente o empresário Miguel Guggiana, 64 anos, um dos mais entusiastas da confraria, formada por 12 integrantes, todos  residentes em Passo Fundo,  contabiliza em seu acervo mais de 200 peças. Parte delas, mantidas em uma sala construída nos fundos da casa. Uma espécie de mini-museu repleto de objetos espalhadas pelas paredes, pelo chão e até penduradas no teto.

Balanças de vários tamanhos e épocas, dividem espaço com placas de rua, caixa registradora da década de 60, plantadeira, rádios, molduras e  luminárias. Ao se aproximar do canto da sala, o colecionador mostra orgulhoso, um conjunto de 15 máquinas de costura enfileiradas e em perfeito estado. Uma delas com mais de 100 anos. “Tenho dezenas de objetos, mas guardo  um carinho especial por essas máquinas”, diz emocionado.

Garimpandas em feiras, quando o colecionador ainda  morava em São Paulo, viagens pelo mundo e, principalmente, pelo interior, as relíquias de Guggiana também estão espalhadas pelos cômodos da casa. Todas as peças passaram por um processo cuidadoso de restauração. “O restauro recupera partes danificadas mas não as descaracterizam. Todos os aparelhos funcionam. Quando estou sozinho em casa costumo ligar os rádios para não ficarem muito tempo desligados” conta sorrindo.

Tanto empenho assim,  não teria o mesmo retorno de satisfação se não houvesse colegas para compartilhar a emoção a cada peça adquirida. Outro apaixonado por raridades e também empresário, Luis Carlos Vieira, 64 anos, tem preferência por rádios antigos. Interesse que aprendeu a cultivar ainda criança vendo o pai montar as tradicionais galenas. Atualmente o acervo de Vieira conta com pelo menos 14 rádios, além de obras raras, como um livro sobre prática cirúrgica, de aproximadamente 110 anos, adquirido em um sebo, em Porto Alegre. “A gente começa com um objeto, depois outro. Um familiar ou um amigo descobre que você gosta de peças antigas, aí vai formando uma corrente” comenta.

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