Dipp na reta final do seu último mandato

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Faltam pouco mais de quatro meses para que o prefeito Airton Lângaro Dipp passe o comando de Passo Fundo ao seu sucessor. Ele garantiu que até lá muito trabalho ainda será realizado, mas também ressaltou que pretende eleger seu sucessor baseado na continuidade e aprimoramento de seus projetos. Veja a seguir o que o prefeito achou dos seus dois últimos mandatos e sobre os projetos que ainda pretende concretizar até o final do ano.

Jornal O Nacional - ON - Ao avaliar o caminho percorrido até aqui, quais conquistas devem ser destacadas?
Airton Dipp –
Nestes últimos sete anos a frente da Prefeitura Municipal de Passo Fundo, nós apresentamos um projeto, junto à comunidade, que tinha como foco principal a geração de empregos e renda, já que em qualquer pesquisa que se fazia lá em 2004 apresentava que as dificuldades eram falta de oportunidades de crescimento e uma população de 20 mil desempregados em nossa cidade. Por isso, investimos pesado - junto com a iniciativa privada e apoiados pelo bom momento do governo federal - mais de R$ 25 milhões em novos distritos industriais, na aquisição e doações de áreas em outros pontos da cidade, em serviços de terraplenagem, pavimentação asfáltica nos pátios de empresas, perfuração de poços artesianos e de complementação de rede de energia elétrica. Aplicamos uma política agressiva nos grandes centros do país para a captação de novas empresas para a cidade. É um somatório de condições, mas que fizeram com que Passo Fundo tivesse capacidade de disputar grandes empresas com grandes municípios de São Paulo, do Nordeste e do Estado, que resultou na criação de mais de 15 mil empregos novos nestes anos e ampliou a renda dos trabalhadores de forma bastante significativa, semelhante ao perfil de cidades industrializadas. Além disso, mudou o perfil do município, que antes era uma cidade pólo regional muito forte nos serviços e no comércio, vinculado a nossa agricultura regional e com dificuldades para ampliar o parque industrial.

Além disso, não podemos deixar de ressaltar as melhorias na educação, através da ampliação de vagas na rede municipal de ensino - que hoje conta com mais de 18 mil vagas - da melhoria da estrutura física das escolas e na qualidade da merenda escolar, além da qualificação e contratação de professores. No total, foram contratados 1,4 mil servidores, sendo que 50% são ligados a educação fundamental ou educação infantil.

Em relação à saúde, nós administramos o Sistema Único de Saúde, que existe em todo o país. É um bom sistema, mas que precisa ser aprimorado. Muitas das nossas dificuldades que existem em Passo Fundo são frutos de problemas do Sistema, que estipula cotas municipais e estaduais. Mesmo assim, a nossa rede de atendimento básica evoluiu, com a instalação de farmácias com distribuição de remédios gratuitos em todos os Cais, novas unidades de saúde, como nos bairros Victor Issler, Zácchia, Vila Ricci e Jardim América, além da ampliação da unidade da Santa Marta. Além disso, instalamos o pronto-atendimento no Hospital Municipal Dr. César Santos, o que aliviou o sistema de atendimento de emergência na cidade.

ON – Quais são os gargalos que ainda precisam ser resolvidos?
Dipp -
Em primeiro lugar, melhorar o aeroporto Lauro Kourtz, que vale lembrar que é estadual e pertence ao Departamento Aeroportuário.  Mesmo assim, a Prefeitura sempre se colocou a disposição do Estado para contribuir em pequenas melhorias. Hoje a necessidade é ampliar o terminal de passageiros, a largura da pista e do pátio. Os recursos já estão previstos pelo governo do Estado e devem ser aplicados a médio prazo. Agora, o aeroporto como está hoje é o segundo melhor do interior do Estado e não há nenhum impedimento para a ampliação dos seus serviços.

Em segundo lugar, a Rodoviária Intermunicipal de Passo Fundo, que também é de responsabilidade do Estado, do Daer - que está em processo de licitação - mas é tão importante para Passo Fundo quanto o nosso Aeroporto, porque a utilização do deslocamento intermunicipal no Rio Grande do Sul se faz muito mais pela Rodoviária do que pelo Aeroporto. Ela precisa ter uma infraestrutura compatível com a importância da cidade de Passo fundo.  Que infraestrutura é esta? Tem que ter uma boa área de estacionamento para os passageiros e um terminal de passageiros compatível com a demanda que hoje o município já tem. Mas, principalmente, tem que estar localizada fora da região central para que nós possamos evitar a circulação de ônibus intermunicipais.

Outro gargalo é o trânsito, que precisa de melhorias. Apesar de Passo Fundo ter uma estrutura muito bem elaborada em relação ao seu plano diretor de expansão da cidade com ruas largas já prevendo o ingresso de novos automóveis, a próxima gestão terá que executar intervenções pontuais em alguns setores, como trincheiras e túneis. Agora, a população precisa se lembrar que quando assumimos, Passo Fundo tinha o sistema semafórico mais defasado do Estado e com qualquer pingo de chuva o sistema já não funcionava. Hoje, temos uma estrutura com privilégio para os pedestres, que não existia antes, e lombadas eletrônicas que controlam  melhor o trânsito e dão maior segurança os motoristas e pedestres.

ON - Prefeito, chegamos à reta final do mandato. Quais são as suas prioridades?
Dipp –
Temos quatro meses e neste tempo vamos continuar as obras de infraestrutura de saneamento da cidade, que incomodam, mas que são essenciais para a saúde pública e qualidade de vida. A previsão é termos uma cobertura de 55% da população com saneamento básico em 2013. Vamos continuar com as obras de infraestrutura do BID, com a pavimentação dos binários e dos acessos aos distritos rurais. O Distrito de Bela Vista já está quase pronto. Também pretendemos concluir uma boa etapa das obras do PAC 2 na Grande Santa Marta e Integração e iniciar, tão logo termine a licitação, o asfaltamento da Avenida Presidente Vargas, além de iniciar as obras da UPA. Logo também teremos os projetos concluídos da Plataforma Logística e de drenagem urbana, com recursos do BID.

ON – Há poucos meses da eleição do seu sucessor, não tem como não falar de política. Quais são as suas expectativas?
Dipp –
Primeiro, como Prefeito Municipal, nós estivemos a frente do município durante oito anos e para esta eleição formamos uma aliança entre os principais partidos que participaram do governo priorizando a continuidade deste projeto de transformações que estão ocorrendo em Passo Fundo. Assim, como Prefeito, estou apoiando a candidatura daqueles que participaram dessas transformações. Acredito que a oportunidade de uma eleição democrática é o momento onde o cidadão observa, debate e analisa profundamente tudo aquilo que acontece na sua cidade  e compara as suas experiências com o que acontece em outros municípios. Nós estamos otimistas e o projeto que nós representamos que tem a frente Rene Cecconello e o César Bilibio - que participaram como protagonistas do meu governo como secretários de pastas importantes - tem todas as condições de aprimorar e inovar o atual projeto para Passo Fundo.

ON - Como pretende participar do processo, agora sem ser protagonista da campanha eleitoral?
Dipp -
Já estou participando. Como militante tenho participado ativamente da campanha dos nossos partidos em eventos políticos, reuniões e gravações de programas.

ON - Você vem afirmando que não concorrerá mais a cargos eletivos. Já tens projetos para o seu futuro profissional?
Dipp –
Permanece esta decisão de não concorrer a cargos eletivos e o único convite que eu recebi, até o momento, foi para participar, a partir do dia 1º de janeiro, do Conselho Estratégico de Desenvolvimento Econômico e Social de Passo Fundo, que será implantado se e Cecconello se eleger.  Em relação a minha atividade remunerada, poderá ser pública ou privada, mas no eixo Passo Fundo Porto Alegre. A única coisa certa é que eu preciso trabalhar a partir de março!

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