Amor puro, pleno e incondicional. Estas características do amor são apenas um pedacinho do sentimento que o pai sente pelo filho. Um amor que inicia antes mesmo do bebê nascer e que se fortalece ainda mais quando o rosto do filho é visto pela primeira vez. Os pais da atualidade estão expondo mais este sentimento. Antigamente, dar carinho e trocar fraldas pareciam ser tarefas da mãe. Hoje, o envolvimento do pai com os filhos é muito maior. Os pais de primeira viagem estão dando um show no que diz respeito ao afeto. Nesta matéria, vamos mostrar a história de alguns homens que terão seu primeiro Dia dos Pais e falar dos desafios de ser pai pela primeira vez.
Pai da Martina: Wagner Pacheco, 27 anos
Profissão: Publicitário
Filha: Martina Bauce Pacheco, 3 meses
Data de nascimento: 10/05/2012
“Tenho muito orgulho de fazer parte dessa geração e ser um pai presente”
Wagner Pacheco, de 27 anos é um exemplo da nova geração de pais. O envolvimento com a sua filha Martina, de apenas 3 meses é pleno. A atual geração se envolve completamente na gravidez da mulher e na divisão de tarefas após o nascimento. “Hoje eu faço tudo, só não amamento no peito. Troco fralda, acordo de madrugada, dou mamadeira, remédio, beijo, converso. Com certeza esse envolvimento forte vai refletir no fortalecimento do nosso amor”, frisou o pai.
Desde que Martina era um embrião, o pai já contava historinhas para ela. A menina nasceu antes do tempo, aos sete meses de gestação. Ela ficou internada durante 55 dias no Hospital São Vicente de Paulo. “Eu fiquei ao lado da Martina enquanto a mãe fazia os procedimentos pós-parto. Eu fiz a internação dela e a visitei todos os dias”, declarou Pacheco.
Em 2010, Pacheco e a esposa tiveram uma gravidez de gêmeos interrompida antes do terceiro mês. Na época foi muito doloroso para o casal. A Martina foi um bebê planejado e quando a gravidez se concretizou a alegria foi compartilhada com todos os amigos através do Facebook. “Sou um pai tecnológico e durante toda gravidez fiz quase que uma assessoria de imprensa para ela. Postava todo o desenvolvimento dela na Internet”, disse o pai.
Pai de primeira viagem tem muitos anseios. “Não é fácil acordar de madrugada para cuidar dela e ter que trabalhar cedo. Concordo que não é fácil ser pai, mas isso não me assusta”, ressaltou Pacheco.
Para o publicitário, as datas comemorativas não são apenas para ganhar presentes, mas para refletir. “Esta data serve para uma reflexão do que é ser pai. Toda a família está envolvida. Não posso deixar de dizer que o pai que eu sou é fruto da mãe que a Bruna é”, declarou Pacheco.
Pai: Jonas Marcel Fávero dos Santos, 29 anos
Profissão: Projetista
Filho: Nataniel Gonçalves Fávero, 6 meses
Data de nascimento: 16/01/2012
“Ele me deixa muito feliz. É uma alegria chegar em casa e receber aquele sorrisão”
O nascimento do Nataniel foi uma mistura de sentimentos para Jonas. O pai jovem, de 29 anos sentiu um misto de alegria, emoção e anseios. A responsabilidade bateu a porta e trouxe novos desafios. “Tenho a responsabilidade de sustentar e criar meios para garantir um futuro. A maior alegria é chegar em casa e receber aquele sorrisão, poder brincar”, disse o pai.
As primeiras noites, após o nascimento, são inesquecíveis para qualquer pai de primeira viagem. “A primeira noite foi sem dormir. Qualquer barulhinho que ele fazia a gente verificava. Nos primeiros choros você ainda não sabe se é fome, frio ou se tem que trocar as fraldas. Hoje já conseguimos identificar”, relatou o pai. Jonas afirmou que o nascimento do filho foi uma experiência única. “Já tinha convivência com sobrinho e outras crianças, mas pegar o teu filho é diferente”, afirmou Jonas.
A rotina na vida do pai também mudou. Trocar fraldas, dar mamadeira, embalar, dar voltas de carro para ver se o Nataniel dorme são algumas das novas atividades de Jonas. A independência também não é mais a mesma. Nataniel virou prioridade na casa. “Chego em casa e antes de descansar tenho que pensar primeiro nele”, ressaltou.
O pai espera que o filho cresça com saúde e que se torne uma pessoa boa, educada e tenha amor pelos irmãos, amigos e família. “É um amor incondicional”, declarou Jonas.
Pai: Edimar Rezende, 32 anos
Profissão: Ator
Filha: Isadora Rezende, 9 meses
Data de nascimento: 25/10/2011
“A responsabilidade fica mais evidente na paternidade. A Isa está acima de tudo”
A beleza e a simpatia de Isadora, de 9 meses encanta qualquer pessoa. Mas, com certeza a pessoa mais encantada neste momento é o pai Edimar. A chegada da Isa mudou a vida dele. “A chegada de um filho muda tudo na vida de um homem. Todas as coisas passaram a ser pensadas e planejadas em função da Isa”, disse o pai. As responsabilidades aumentam e o pai quer criar da melhor forma e dar condições para que ela tenha uma vida boa. As tarefas são compartilhadas entre o casal e as manhãs são por conta do papai. “A mãe dela tem toda uma rotina de madrugada em função da amamentação. Durante a manhã, ela fica mais comigo. Eu troco fralda, a gente brinca e já damos um descanso para a mãe”, revelou Edimar.
O coração do pai coruja fica apertado quando precisa viajar por conta da profissão. “Eu viajo bastante e quando estou em casa procuro ser muito presente. Quando eu viajo parece que um pedaço de mim fica aqui. É mais que saudade. Só fico completo quando volto e vejo a Isa”, explicou o pai.
O primeiro Dia dos Pais de Edimar é mais que especial. “Tudo que eu sou hoje é reflexo do meu pai. No dia dos pais sempre almoçamos juntos e agora será emocionante, porque eu também sou pai”, declarou.
Pai do Bento: Mucio de Castro Neto, 36 anos
Profissão: Diretor executivo
Filho: Bento Leal de Castro, 10 dias
Data de nascimento do Bento: 02/08/2012
“Será um domingo inesquecível para mim”
Bento Leal de Castro tem apenas 10 dias e é o presente mais precioso que o pai Múcio ganhou neste Dia dos Pais. Bento foi um bebê muito desejado e começou a ser amado muito antes de nascer. Múcio é um pai participativo. “Já falava com ele na barriga da mãe desde os seis meses de gestação. No berçário ele ficou só comigo, porque a mãe não pode ficar. Eu troquei a primeira fralda, dei o primeiro banho, troco fralda todos os dias, faço arrotar. Quando estou no trabalho, tenho aquela vontade louca de ir pra casa e ficar com ele”, relatou Múcio.
Múcio admite que a relação do filho com a mãe é muito forte, mas o pai tem um papel fundamental na questão afetiva. “O papel do pai não é só cobrar, punir exigir, mas sim dar carinho, apoio e segurança. Uma criança amada pelo pai e pela mãe é uma criança mais feliz”, declarou o pai.
O sentimento entre pai e filho é quase inexplicável. “É um sentimento diferente. É intenso e inteiro. É impressionante como você pode amar alguém que você conhece apenas no momento do nascimento. Quando ele nasce você já se apaixona. É incondicional, parece clichê, mas é bem isso”, frisou. Múcio explicou que os anseios e as reflexões começam quando você fica sabendo que será pai. “Você vai se preparando, mesmo que inconsciente para ser um pai responsável e um bom exemplo para seu filho. Você começa planejar as coisas sabendo que tem uma pessoa dependendo de ti afetivamente e financeiramente”, disse o pai.
A maior preocupação do pai é com o mundo em que Bento vai viver. “O mundo tem tantos perigos. O importante é que ele passe as fases críticas da vida sem se desviar e não caia em nenhuma armadilha durante o período da juventude como a violência e as drogas. Vamos dar carinho e ensinar valores. O que ele vai ser quando crescer é o que menos importa neste momento”, disse Múcio.
A importância do pai na vida de um filho
A psicóloga Tatiana Gassen explicou que o pai é o primeiro que vem a intervir na relação da mãe e bebê. “O pai vem em meio aos dois e tem coisas a dizer sobre esse bebê. Isso é algo imprescindível que aconteça para a constituição psíquica da criança, porque é preciso esse alguém que venha a romper o grude inicial mãe-bebê”, salientou Tatiana.
Para o homem, essa não é tarefa fácil. Em um primeiro momento ele pode ter a sensação de ficar meio que de fora. “Para nascer um pai, é preciso que o homem assuma a função paterna humanizando o bebê. Ser humano, somente se dá pela mão de outro humano, que ensine a esperar, pensar, se relacionar e respeitar os outros, ou seja, alguém que nos insira na cultura”, disse a psicóloga.
Nesse sentido, ser pai é ser responsável por tornar alguém humano, implantar valores, limites, criatividade. Conforme Tatiana é uma tarefa diária, contínua e, ainda mais complicada porque, sem garantias do resultado. “Nenhum menino se torna homem e nenhuma menina se torna mulher se não houver a intervenção de alguém, adultos que assumam a função paterna e materna, que ensinem o que é ser homem e ser mulher”, enfatizou.
Um pai necessita fazer mais do que servir de modelo para um filho. “Um pai precisa fazer ações específicas que insiram a criança no seu lugar de criança, e não de um eterno pequeno ditador da casa.
A psicóloga explicou que a presença do pai marca que o bebê não é tudo para a mãe e nem deve ser. “O pai é um marco para a formação psíquica do filho. Ele marca os limites para o bebê, e o primeiro e primordial limite é aquele entre o bebê e a mãe”, revelou.
Não basta ser pai. ?? preciso participar!
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