Temperaturas elevadas aceleram desenvolvimento do trigo

Agricultores devem estar atentos ao surgimento de doenças fúngicas, principalmente em áreas onde não houve rotação de cultura

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As altas temperaturas registradas nas últimas semanas podem acelerar o desenvolvimento do trigo. Neste período é fundamental que os agricultores prestem atenção na lavoura para detectar quaisquer sinais de doenças fúngicas, principalmente manchas foliares, e também para não deixarem passar o momento da aplicação de nitrogênio em cobertura.

De acordo com o agrometeorologista da Embrapa Trigo Gilberto Cunha as temperaturas altas interferem principalmente na velocidade do desenvolvimento das culturas de inverno como o trigo e a cevada. O desenvolvimento mais acelerado das plantas não chega a ser um problema. No entanto os produtores rurais devem ficar atentos para o estágio de desenvolvimento das lavouras para fazer os manejos no momento adequado. “As lavouras que foram semeadas mais tarde precisa ser cuidadas para saber se estão no momento de realizar a adubação nitrogenada em cobertura”, alerta.

Geadas tardias

O agrometeorologista explica que o problema de um desenvolvimento acelerado poderia ser causado caso ocorram geadas tardias na região – entre o final de agosto e início de setembro. “Geadas até setembro estão dentro das características do clima regional e estão atreladas a entrada de massas de ar frio. Após um período de temperaturas elevadas e aceleração do ciclo, uma geada tardia  pode coincidir com o período de espigamento e floração do trigo e causar danos”, acrescenta Cunha. Não existem manejos ou cultivares com tolerância genética à geada nesses períodos.

Rotação de cultura e doenças

Cunha acrescenta que o calor e a umidade podem ter reflexos ainda no aparecimento de doenças causadas por fungos como é o caso das manchas foliares. Nas áreas em que não foi feita a rotação de cultura, o cuidado deve ser ainda maior. “As áreas nas quais foi plantado trigo na última safra exigem atenção maior. As manchas foliares são comuns quando ocorrem períodos de seca e não houve a decomposição total dos restos culturais. Nesse momento com umidade e temperaturas elevadas pode ocorrer o aparecimento de doenças”, esclarece. Isso exige maior monitoramento da lavoura pelos agricultores.

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