Representantes dos setores usuários da água consolidaram os usos e a qualidade da água na Bacia do Alto Jacuí para os próximos 20 anos. Ao todo foram realizadas cinco audiências públicas na região para obter os desejos da população. A última consulta pública foi realizada na terça-feira (14), em Ibirubá, para aprovação da proposta de enquadramento da bacia, ou seja, o estabelecimento da meta ou objetivo de qualidade da água (classe) a ser obrigatoriamente alcançada ou mantida de acordo com os usos preponderantes pretendidos ao longo do tempo.Os participantes tiveram a oportunidade de discutir e aprovar esta proposta que será encaminhada ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos para ser homologado e, na forma de uma resolução, ter força de Lei. Este processo faz parte do Plano de Bacia.
Os usos preponderantes definidos são a irrigação, a dessedentação animal, o abastecimento urbano e a geração de energia. O presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí (COAJU), Claud Goellner, explicou que todos os usos podem ser feitos, mas estes são os prioritários e serão levados em consideração na hora de licenciamentos ambientais com o objetivo de melhorar a qualidade da água. “Isto deverá ser seguido por todos os municípios e usuários da água e irá influenciar definitivamente as atividades econômicas, a gestão ambiental nos municípios, o licenciamento ambiental, a outorga para o uso da água e os planos municipais de saneamento e diretor”, explicou Goellner.
Conforme a engenheira ambiental da empresa Engeplus, que está elaborando o Plano de Bacia, Carolina Heck, os usuários da bacia preferiram manter ou melhorar a água escolhendo classes nobres 1 e 2 para a maior parte dos trechos do rio até 2031 e com metas intermediárias classe 3 para 10 anos em alguns pontos considerados preocupantes como próximo a Passo Fundo e no Rio Jacuizinho. “Em cada classe podem ser feitos determinados usos da água. As classes 1 e 2 são consideradas as melhores em relação a qualidade da água. Já as classes 3 e 4 são as piores”, esclareceu a engenheira ambiental.
O técnico do Departamento de Recursos Hídricos (DRH) do Estado, Rafael Caruso Erling, frisou que o processo teve uma grande participação da sociedade com manifestações conscientes e com a união dos setores em prol da melhoria das águas na bacia. “Esta será a bandeira do Comitê. A próxima etapa do Plano de Bacia será construir as intervenções com as ações necessárias para atingir esta meta. A estimativa do DRH é construir estas metas nos próximos dois anos”, frisou o técnico do DRH.
População consolida usos e qualidade da água
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