Os temas da saúde foram o assunto da discussão realizada no Plenário da Câmara de Vereadores na tarde de ontem (23), dentro da programação da interiorização do governo do estado. Além do diretor administrativo da Secretaria Estadual de Saúde, Claudio Roberto da Silva e do diretor do Departamento de Coordenação das Regionais, Márcio Rafael Slaviero, do coordenador regional de saúde, Luiz Fabrício Scheis, estiveram presentes representantes dos hospitais de Passo Fundo e os secretários de Saúde dos municípios de Soledade, Santo Antônio do Planalto, Lagoa dos Três Cantos, Não-Me-Toque, Victor Graeff, Coqueiros do Sul, Camargo, Casca, Santo Antônio do Palma, Muliterno, Tio Hugo, Espumoso, André da Rocha, Caseiros, Lagoa Vermelha, Pontão, Ibiraiaras, Carazinho, Tapejara, Vila Lângaro, Coxilha e Água Santa.
O principal tema da reunião foi a utilização do prontuário eletrônico, na qual Passo Fundo foi o primeiro município do Estado a implantar ainda no ano passado. Neste sentido, foi abordada a necessidade de implantar novas unidades de saúde já com sistema informatizado que comporte o uso do prontuário eletrônico. “Este sistema é uma solução da gestão das unidades, uma vez que as informações estão interligadas entre a recepção da unidade de saúde, consultório médico, dispensa de medicamentos na farmácia básica e autorização de internação”, salienta o diretor administrativo.
O sistema de prontuário eletrônico utiliza o Linux, software livre. Depois de Passo Fundo, o próximo município a implantar o sistema será Soledade. A expectativa é que até o final da primeira quinzena do mês de setembro o sistema já esteja em funcionamento naquele município. De acordo Slaviero, o funcionamento deste sistema, bem como a apresentação da ferramenta para que municípios avaliem a infraestrutura disponível para a implantação área de abrangência da 6ª CRS foi o mote da reunião de ontem.
Conforme Silva, técnicos da secretaria visitarão os municípios para obter informações sobre a infraestrutura disponível em cada município da 6ª CRS. Caso o município demonstre que não possui recursos para a implantação do sistema, o estado auxiliará com recursos financeiros e de equipamentos. Em princípio seria responsabilidade de cada município oferecer a infraestrutura. “Ou aplicamos a saúde efetiva no Estado, ou não faremos saúde. Não é um objetivo do governo, é de toda a saúde, de todos os profissionais. Tudo será conectado”, destaca Silva. No caso dos municípios que já apresentam essa solução, não será modificado, apenas interligado com o restante.
Sistema Integrado de Gestão da Saúde
SIGS – Sistema Integrado de Gestão da Saúde, é o nome do projeto que aplica o prontuário eletrônico. Hoje, quando um paciente de Passo Fundo procura atendimento na região metropolitana, por exemplo, chega com o encaminhamento. Com sistema, o médico que o atenderá poderá puxar as informações do prontuário clínico do paciente, que vai apresentar o histórico dele a evolução das questões ligadas ao atendimento. Será possível também saber o perfil sanitário da região e do município.
No caso da saúde da família, assim que terminar o atendimento, o próprio sistema irá emitir o faturamento e as demais informações que precisam ser lançadas no sistema nacional de saúde. “Quando o profissional de saúde utiliza o sistema, ele é ligado ao IP da máquina. Existe uma série de fatores de controle”, explica Silva. Além disso, o acesso será monitorado, no sentido de garantir a confidencialidade das informações. Para tanto, cada profissional precisa utilizar uma senha de acesso. O sistema permite que se atenda todas as exigências do Ministério da Saúde.
Agilidade no acesso a exames é outro aspecto que será contemplado com o sistema de prontuário eletrônico, pois a ideia é que os profissionais possam obter essas informações em cada atendimento, facilitando o diagnóstico. “É a saúde inteligente”, ressalta Silva.
O sistema
Representante da empresa que desenvolveu o software que já está sendo usado em duas unidades de Saúde de Passo Fundo, Fernando Vogt, apresentou a ferramenta SIGS aos secretários de saúde dos municípios. Conforme ele, o sistema vai integrar todas as áreas de saúde do RS. “Integrar é um dos principais objetivos, pois será uma forma de aprofundar as ações de prevenção, promover a racionalização de custos e reduzir internações”, destaca.
De acordo com Vogt, as unidades de saúde do Zachia e Victor Issler já têm este sistema e, segundo ele, “teve ótima adesão e demonstrou que funciona. O Rio Grande do Sul foi o primeiro estado no país que assumiu a tarefa de fazer isso em todos os municípios. Através da experiência aqui de Passo Fundo, que foi piloto, do retorno dos profissionais, conseguimos verificar a efetividade do prontuário”, revela.
Conforme Scheis, até o final do ano deve acontecer a efetiva implementação no maior número de unidades e municípios possível.