Com safra recorde de 2,42 milhões de toneladas, os triticultores gaúchos sofreram com as dificuldades de escoar o produto em 2011. Atualmente, embora em alta com a seca estadunidense, o cereal produzido aqui ainda enfrenta obstáculos. Ações para desenvolver a cultura foram discutidas em Passo Fundo pelo secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio Luiz Fernando Mainardi, durante a 19ª Interiorização do Governo do Estado, na quinta-feira (23). Segundo ele, o governo acredita que a busca de uma linha de crédito federal para indústrias moageiras gaúchas seja o primeiro passo para impulsionar a cadeia produtiva.
A seca que castiga os produtores dos Estados Unidos gerou grandes perdas na produção de milho, muito usada para a ração animal. “O milho que seria destinado para a ração nos EUA será substituído pelo trigo, o que gera impacto no mercado do cereal. A Rússia também teve dificuldades e a Argentina diminuiu um pouco a área. Há uma demanda mundial crescente por trigo e com isso o produtor gaúcho vive um momento muito bom”, explica Mainardi. Mesmo em alta, a produção de trigo do Estado ainda enfrenta barreiras, como abastecer o mercado interno.
Para atender toda a demanda do Estado por trigo, o secretário de Agricultura afirma que primeiramente é preciso organizar a cadeia produtiva, com objetivo de garantir maior renda ao produtor e incentivar a ampliação da área destinada para cultura. “Temos que aproveitar este momento bom, de falta de trigo em outros lugares, para a organização da cadeia como um todo. Temos muitas áreas desocupadas no inverno que podem ser usadas para produzir trigo, mas antes de pensar em aumentar a área, temos que dar uma boa destinação para os 2,6 milhões de toneladas que estamos produzindo no Rio Grande do Sul este ano”, explica Mainardi.
Segundo o secretário, o primeiro passo para organizar a cadeia produtiva é buscar incentivos para que o trigo gaúcho abasteça totalmente as indústrias moageiras do Estado. “Não queremos que o nosso trigo vá até o porto de Rio Grande para exportação se depois, para alimentar a população gaúcha, as nossas indústrias moageiras tenham que trazer o cereal de outros países. O trigo não tem que estar passeando, tem que ficar aqui para abastecer a nossa indústria. Temos que vender o excedente”, afirma com convicção.
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