Trigo forte e de qualidade

Recomendação da OR Sementes para trigo da variedade Quartzo resulta em maior força de glúten e consequentemente melhores classificação e preço para o produto colhido

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A cultivar de trigo Quartzo da OR Sementes é a mais cultivada na região sul desde 2009. Os bons potenciais de produtividade e resistência fizeram dela uma das preferidas entre os produtores do Brasil. Um manejo diferenciado indicado pela OR Sementes pode melhorar a qualidade de panificação e refletir em maior rendimento de grãos aos produtores. A aplicação de uma terceira dose de nitrogênio em cobertura pode promover o aumento da força de glúten e melhorar a classificação como trigo tipo pão.

A técnica da terceira aplicação é recente no país. As orientações técnicas atuais indicam duas aplicações de nitrogênio em cobertura para o trigo, além da adubação de base. A primeira em cobertura é feita aproximadamente 30 dias após o plantio e uma segunda de 15 a 20 dias após a primeira. A nova sugestão de manejo indica uma terceira aplicação no período do espigamento (início do espigamento até espigamento pleno).

As informações são do engenheiro agrônomo e mestre em Genética e Melhoramento Vegetal da OR Sementes Rodrigo Oliboni. Segundo ele, a ideia surgiu de uma constatação casual, em uma lavoura da região, com o também pesquisador Ottoni Rosa. Na lavoura, pioneiramente foi aplicada uma dose de nitrogênio extra próxima a fase de espigamento e os resultados em qualidade chamaram a atenção.

A partir dessa constatação foram iniciados os testes para comprovar a eficiência da técnica. “Este manejo eleva o teor de proteína e consequentemente aumenta a força de glúten gerando um trigo com maior força de glúten e gera uma farinha que se encaixa na faixa de trigo pão e até mesmo, melhorador, que seria o de qualidade superior de acordo com a classificação atual”, destaca Oliboni. O manejo testado para a cultivar Quartzo agrega ainda outros benefícios. Com produtividade e resistência conhecidas pelos produtores, o aumento na qualidade com mais uma aplicação de nitrogênio em cobertura permite uma remuneração melhor para a produção.

Oliboni alerta, no entanto, que o sucesso da terceira aplicação de nitrogênio em cobertura depende do manejo geral adotado pelos triticultores. “Outros fatores devem estar em consonância como a fertilidade do solo. Antes de implantar a cultura o produtor tem que conhecer a real fertilidade para definir as doses adequadas”, exemplifica.

Outros fatores
Além da fertilidade do solo e das condições climáticas, todo o manejo, principalmente a rotação de cultura, influencia na saúde das plantas e consequentemente na qualidade do grão. Sem rotação de culturas as lavouras de trigo podem ser atacadas por doenças como o mal-do-pé que atinge o sistema radicular e compromete a produção. “Tem também outras doenças que ficam nos restos culturais, na palha, como as manchas foliares e giberela”, acrescenta Oliboni.

Bom momento

A fase em que se encontram as lavouras de trigo da região ainda é favorável para os produtores que tenham interesse em realizar esse manejo diferenciado.  De acordo com dados da Emater Regional da Passo Fundo, a maior parte das lavouras de trigo da região está em fase de elongação e crescimento. A indicação da OR Sementes para a terceira aplicação de nitrogênio em cobertura se estende do início do espigamento até o espigamento pleno. A cultura deve entrar nessa fase a partir da segunda metade do mês de setembro nas áreas plantadas mais precocemente e no final do mês as mais tardias. “Os trabalhos de pesquisa de doses que temos feitos têm variado de 35 quilos de nitrogênio por hectare até 80 quilos. As melhores respostas estão entre 50 e 65 quilos por hectare. Como há uma perspectiva de bom rendimento e produção cabe ao produtor investir”, esclarece Oliboni. Neste ano o trigo está mais valorizado em relação aos anos anteriores. A partir do florescimento da cultura não é mais recomendada essa aplicação extra de nitrogênio.

Há três anos

A família Webber de Coxilha há três anos segue a recomendação da OR Sementes e garante que os resultados são positivos. De acordo com a engenheira agrônoma Celi Webber Mattei a verificação de uma melhor qualidade do grão colhido com a terceira aplicação de nitrogênio em cobertura justifica o investimento. Geralmente o trigo colhido por eles fica com a classificação entre trigo pão e melhorador. Na propriedade, o planejamento eficiente e a utilização de agricultura de precisão permite que o rendimento da cultura seja alto. A média alcançada no ano passado foi de 83 sacos por hectare. “Tivemos pontos da lavoura em que a produtividade registrada no momento da colheita passou dos 9 mil quilos por hectare”, acrescenta Celi. Nesta safra, toda a área de trigo foi plantada com a cultivar Quartzo da OR Sementes.

Resistência

A cultivar Quartzo apresenta uma resistência genética natural ao processo de germinação na espiga. Ao contrário de outras cultivares, o Quartzo consegue suportar chuvas no período de colheita sem que os grãos germinem e se tornem impróprios para a produção de farinha.

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