Quem produz leite fatura todo o dia

Presidente do Sindilat palestrou no primeiro dia da Agrotecno Leite sobre as perspectivas do setor

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Leonardo Andreoli/ON

As perspectivas do setor leiteiro foram o tema da palestra do primeiro dia na Agrotecno Leite 2012. O palestrante foi o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat) Wilson Zanatta. Ele destacou que a região sul do Brasil apresenta o maior crescimento no setor e falou que a organização do é fundamental para permitir que a demanda interna seja atendida e a produção seja ampliada a ponto de permitir a exportação.

Zanatta destacou que o Estado teve nos cinco primeiros meses de 2012 um crescimento de 12% a 13% em relação a 2011 no setor leiteiro, mesmo com a seca. “O produtor que viu a soja e milho sendo levados pela estiagem concentrou esforços na atividade leiteira porque estava dando renda mensal para ele poder cumprir com as despesas da propriedade”, justifica. Para ele, esse crescimento precisa se dar de forma organizada. O aumento da produção precisa ser acompanhado pela qualidade do produto e também da organização do mercado. No mercado interno é possível ampliar o consumo per capita, para posteriormente se começar a trabalhar no mercado internacional.

A produção mundial de leite de vaca é de aproximadamente 500 bilhões de litros por ano. Somados a outros tipos de leite, esse volume supera os 700 bilhões de litros. No entanto, apenas entre 7% e 8% desse volume é comercializado internacionalmente. Segundo Zanatta os governos tem a tendência de proteger a produção interna, o que deve mudar nos próximos anos para permitir a abertura do mercado. O Brasil produz anualmente 32 bilhões de litros de leite.  “O país pode produzir até o triplo disso sem precisar aumentar uma vaca ordenhada, só melhorando o manejo e a alimentação”, avalia. Esse aumento, aliado às exportações, teria reflexos significativos na economia do país na avaliação de Zanatta.

Renda todo dia
O presidente do Sindilat citou ainda uma visita realizada a uma propriedade na Nova Zelândia que migrou da produção de ovinos para a de gado de leite. “Perguntei por que mudar a atividade e o proprietário me respondeu: ‘como não vou gostar de uma atividade em que eu faturo todo dia?’.  No Brasil escutamos mais comentários do tipo: como vou gostar de uma atividade que me faz trabalhar todo dia”, comparou. Para ele o leite é uma boa alternativa para ampliar a renda dos produtores sem precisar mudar o tamanho da área.

Aumentar a renda por área
Zanatta destacou que a ampliação das áreas agricultáveis é praticamente impossível no Estado, por isso é necessário estimular as atividades que aumentem a renda por área. “O frango, o leite e o suíno são atividades que aumentam a renda e temos que dar um foco para isso, além de utilizar os subprodutos da agricultura como resíduos da indústria de grãos”, exemplificou.

Ele abordou ainda o papel do Sindilat no desenvolvimento tanto da indústria de laticínios como dos produtores. Segundo ele, o sindicato trabalha no incentivo às pesquisas e fomento de novas tecnologias para qualificar a atividade a exemplo do que já fazem outros países.

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