Oferta e qualidade da água em debate

A qualidade e a quantidade da água na produção leiteira foi tema da palestra técnica no segundo dia da Agrotecno Leite 2012. A questão foi debatida pelo pesquisador Rogério Dereti, Analista-A em Transferência de Tecnologia da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora/MG).

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Redação ON

O leite é formado 87% por água, por esse motivo a oferta de água de qualidade é fundamental durante todo o processo. Se os animais precisam de água potável para manter a sanidade, ela também é necessária para ser utilizada na higienização dos equipamentos de ordenha e armazenamento. Esse foi o tema da palestra técnica do segundo dia da Agrotecno Leite 2012 proferida pelo analista em transferência de tecnologia da Embrapa Gado de Leite Rogério Dereti.

A palestra de Dereti foi baseada em três pontos principais: importância da água para os animais; aspectos de qualidade relacionados ao consumo e sistema de produção e a interferência no produto final; e a relação entre água, produção leiteira e meio ambiente. Segundo ele, todo o uso da água para a produção leiteira precisa ser planejado dentro da propriedade e inclui fatores desde a quantidade necessária, tratamento adequado para o consumo, e tratamento para poder devolvê-la à natureza.

Para os animais
A quantidade de água e a disponibilidade dela precisam atender as necessidades dos animais no campo. De acordo com Dereti a quantidade de água precisa ser suficiente para que o animal possa produzir leite sem prejuízos ao sistema digestivo e mesmo a manutenção da temperatura corporal das vacas. Caso a água esteja contaminada com micro-organismos causadores de doenças, ela não pode ser utilizada para a produção leiteira. “A água usada em sistemas de produção leiteira deveria ser tratada e clorada no mínimo”, alerta.

Equipamentos
A utilização de água não tratada na limpeza dos equipamentos também reflete em prejuízos na qualidade do produto final. “Se o agricultor utilizar água de má qualidade para a limpeza dos equipamentos pode se ter aumento da contagem bacteriana se ela estiver contaminada. Ela pode ainda neutralizar detergentes se estiver muito ácida ou alcalina”, complementa. Além disso, a administração da água na propriedade deve levar em conta a proteção das fontes e também o tratamento pós-uso para que a água não seja despejada na natureza de qualquer forma.

É preciso avançar
Dereti cita ainda um estudo bibliográfico realizado por ele no qual analisou trabalhos relacionados à qualidade da água em vários estados do Brasil, incluindo Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “Esses estudos mostram que temos sérios problemas de uso de água nas propriedades de uma maneira geral. Temos que avançar desde o manejo adequado das fontes, passando pelo armazenamento, tratamento antes do uso e pelo tratamento antes de se devolver à natureza”, acrescenta. O problema principal diz respeito aos locais onde a água fica parada ou que exigem o acesso dos animais em Áreas de Preservação Permanente. Ao circular pelo local, os animais podem contaminar a água por meio das fezes ou da urina.

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