Redação ON
A previsão de volumes significativos de chuva para os próximos dias está se confirmando. Só ontem foram registrados 11,4 milímetros em apenas seis horas (9h às 15h). Os primeiros dias do mês já marcam 48 milímetros, o que representa 32% da média histórica que é de 152,9 milímetros. A estimativa é de que esta média seja superada nos dez primeiros dias do mês.
Segundo, o observador meteorológico da Embrapa Trigo/Inmet, Ivegndonei Sampaio, até o momento choveu mais de um terço da média. Conforme aviso meteorológico emitido pelo 8º Distrito de Meteorologia (Disme), as condições para esta quarta-feira permanecem favoráveis à ocorrência de chuva, moderada a forte, com acumulados significativos, rajadas de vento, descargas elétricas e possibilidade de queda de granizo em áreas isoladas no Rio Grande do Sul.
Na quinta-feira (04), o clima continua instável e encoberto com períodos de melhoria em Passo Fundo. A temperatura mínima será de 13ºC e a máxima de 22ºC. Na sexta-feira (05), o dia será nublado e encoberto com chuva. Haverá períodos de melhoria. As temperaturas ficarão entre 14ºC e 22ºC. ?EURoeO único dia desta semana que terá uma trégua será no sábado, mas durante a noite existe possibilidade de chuva novamente?EUR?, ressaltou Sampaio.
Prognóstico
O prognóstico do 8º Disme/Inmet e CPPMet/Ufpel para os meses de outubro, novembro e dezembro, mostra que as precipitações deverão aumentar no Estado, especialmente no mês de outubro. Análises indicam para o mês de outubro valores pouco acima em todas as regiões. No mês de novembro os modelos apontam para predomínio de chuva dentro do padrão na maior parte do Estado, com exceção do extremo norte, onde é esperado valores pouco acima do padrão. No mês de dezembro, a previsão é de chuva dentro do padrão normal.
Mesmo com uma maior regularidade da precipitação no trimestre, o prognóstico reforça cuidados especiais com as reservas hídricas, visto que a projeção aponta apenas para um El Niño de fraca intensidade, o qual durante o verão poderá enfraquecer totalmente.
Danos no campo
As intempéries da primavera estão surpreendendo técnicos e produtores no Rio Grande do Sul. De acordo com o agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha, as mudanças bruscas no clima são comuns nesta época do ano, com grandes oscilações nas temperaturas e precipitações que podem vir acompanhadas de fenômenos como o granizo, vendavais e, ainda que raras, também geadas. ?EURoeA primavera representa um período de transição entre o frio e o calor, sendo marcada, no sul do País, por chuvas intensas e outras tempestades. Ainda, nesse ano, há a mudança de La Niña para El Niño, que, como de costume, poderá trazer chuvas acima do normal para os próximos meses?EUR?, explicou o pesquisador.
Conforme o pesquisador da Embrapa Trigo, Eduardo Caierão, ?EURoemuitas lavouras de trigo sofreram acamamento com vento forte e excesso de chuvas, com danos irreversíveis em muitas situações. Danos por granizo também ocorreram no Estado, de maneira moderada em algumas regiões e severa em localidades específicas. Quanto à geada, mesmo que ainda não seja possível quantificar os estragos, certamente ocorrerá redução na produtividade em algumas lavouras?EUR?, esclareceu o pesquisador, ressaltando que as perdas podem ter sido maiores no milho. Para a pesquisadora Jane Machado, da Embrapa Milho e Sorgo, lavouras de milho com mais de cinco folhas definitivas provavelmente, não conseguirão se recuperar e precisarão ser replantadas, mas plantas pequenas, com até cinco folhas, ainda podem se recuperar das intempéries.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, Ricardo Lima de Castro, o trigo é beneficiado por temperaturas relativamente baixas no período da emergência ao espigamento, quando o frio alonga o ciclo de desenvolvimento da cultura, resultando em plantas mais vigorosas e com maior acúmulo de biomassa, gerando espigas maiores. Contudo, se o frio é bom para o trigo, a geada quase sempre é prejuízo.
Chuva e mais chuva
· 2 min de leitura