Natália Fávero/ON
A família que teve a casa destruída pelo temporal no início da semana pede ajuda para reconstruir a moradia onde viveram durante 24 anos no bairro São José. A residência teve perda total após uma árvore de eucalipto cair durante o temporal. A família sobrevive com uma renda de R$ 600,00. Dona Neuza é faxineira e o marido está encostado devido ao tratamento de quimioterapia contra um câncer no intestino. Sem condições financeiras para reerguer a residência, eles apelam para a solidariedade da comunidade e do poder público para doações de material de construção.
O sol registrado na quinta-feira (04) ajudou a família a contar com calma o prejuízo causado pelo temporal. Pouca coisa sobrou além da geladeira. Eletrodomésticos, móveis e colchões foram danificados. O susto passou, mas a lembrança da casa desabando na noite retrasada ficará gravada para sempre na memória de Neuza. “Estava deitada na cama com o Osmar e minha filha pequena. Os dois sentiram medo e saíram. Em seguida, eu levantei, dei alguns passos e a árvore atingiu em cheio os cômodos da casa. Meu filho ficou preso e não conseguia sair. Estou sem voz de tanto que eu gritei pedindo socorro”, relembrou a moradora.
Sete pessoas moravam na casa de madeira com cinco cômodos. Além do casal e dos três filhos de 30, 19 e 5 anos, também residiam outras duas pessoas. A árvore foi serrada pela prefeitura e retirada de cima da casa. A família realizou um cadastro na Secretaria de Habitação. O poder público ofereceu o pagamento do aluguel de uma moradia, mas o casal e os filhos preferiram ficar em uma casa próximo ao terreno. O local foi oferecido por um vizinho até a família reconstruir a casa. “Fizemos um cadastro na prefeitura para receber uma casa, mas isso vai demorar e o que a gente quer é reconstruir a nossa moradia aqui. Criei meus filhos e tenho família e amigos neste lugar”, justificou Neuza.
A família não tem condições de construir a casa e pede material de construção para os interessados em ajudar. Até agora, eles receberam 100 tijolos de vizinhos. São necessários telhas, tijolos, cimento, piso e outros materiais.
A família não tem condições financeiras e seu Osmar, de 51 anos, está lutando contra um câncer de intestino. A cada quinze dias ele realiza sessões de quimioterapia. Mesmo assim, junta forças para arrumar as instalações provisórias da família. “Estamos muito tristes com a situação, mas estamos recebendo o apoio de muitas pessoas. Se cada um ajudar um pouquinho vamos conseguir reconstruir nossa casa no mesmo lugar. Moro aqui há 24 anos”, disse Osmar.
Os interessados em ajudar podem ligar para o telefone (54) 9188-0415 e falar com a Neuza.
Prefeitura faz distribuição de telhas
A secretária de Segurança Pública e coordenadora da Defesa Civil Municipal, Estelita Salton divulgou um balanço oficial dos estragos em Passo Fundo. O temporal danificou 162 casas e atingiu cerca de 2 mil pessoas. Duas pessoas ficaram desalojadas. Até o ontem (04), foram distribuídas 15 mil metros de lonas e 600 telhas começaram a ser distribuídas. A Secretaria de Habitação recebeu 85 cadastros para recebimento de telhas. “Todos serão atendidos. Há material suficiente para atender a demanda”, garantiu Estelita.
Em relação a família que teve a casa destruída no bairro São José, a secretária informou que a Secretaria de Habitação está verificando a situação do terreno e se tiver regularizado e for mesmo da família, o município irá ajudar na reconstrução. A secretaria também ofereceu o aluguel de uma casa, mas até o momento não obteve resposta.
As pessoas que necessitam de telhas precisam realizar um cadastro. Elas devem ligar para o telefone da Secretaria de Segurança, através do número (54) 3313-3768 ou procurar a Secretaria de Habitação. A Defesa Civil informou que os municípios atingidos pelo temporal como Passo Fundo, Marau, Vila Maria e Mato Castelhano não decretaram situação de emergência e estão gerenciando os estragos a nível municipal.
Chuva continua nos próximos dias
Os primeiros quatro dias de outubro registrou um acumulado de 91 milímetros de chuva, o que representa 59% da média mensal que é de 152,9 milímetros. Conforme o observador meteorológico da Embrapa Trigo, Ivegndonei Sampaio, após nove meses e quatro dias, o ano de 2012 passou da metade da quantidade de chuva esperada no ano. Desde janeiro, choveu 1.050 milímetros, o que representa 58% da média história para o ano que é de 1.803 milímetros. A sexta-feira (05) será de céu claro a parcialmente nublado com pancadas de chuva e períodos de melhoria. A temperatura mínima será de 16ºC e a máxima de 26ºC. O dia de sábado (06) ficará parcialmente nublado a nublado com possibilidade de chuvas esparsas. As temperaturas ficarão entre 16ºC e 28ºC. O domingo (07), dia de eleição municipal, iniciará com céu claro passando para parcialmente nublado. Devido as temperaturas altas e aumento da nebulosidade, haverá possibilidade de chuva no final da tarde. A mínima será de 18ºC e a máxima poderá chegar aos 30ºC.