OPINIÃO

Riqueza injusta

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Morar  em São Paulo sempre  foi referência que traz status a qualquer pessoa. E  realmente é uma cidade fantástica que se  apresenta com uma dinâmica de  trabalho e  eficiência. Em décadas passadas  pouco  se  falava  em violência, creditando a existência do crime organizado, com ênfase no tráfico de drogas, ao Rio de Janeiro. Mas, já naquele período o noticiário doméstico paulista registrava a onda de chacinas. Em  cada  13 minutos uma pessoa á assassinada no Brasil, totalizando quase uma  centena por dia. Em São Paulo os índices estão apavorantes nos meses  recentes. Chama  atenção um aspecto  da criminalidade  em que 86 policiais foram mortos em confrontos ou atentados nos meses  deste ano, contra 56 ocorridos no ano passado. E, olha, parece que estamos em plena  temporada de  atentados contra a polícia. Toda a  violência nos deixa atônico. Um  aspecto deste aumento de criminalidade chama  atenção. São Paulo é o Estado mais rico  do país e a capital paulista é a  cidade que mais se assemelha às grande metrópoles européias, enfim, as maiores  cidades  do mundo.  E me  atreveria a  dizer que a pobreza que está  em toda a parte do país não é a causa determinante da  criminalidade. O crime cresce e se agigante no enriquecimento injusto. Sei que é bastante óbvio, mas há  diferença na maneira de interpretar.

Alma no bolso
Todo este contexto de punibilidade que se  espera  do Estado não pode virar moda  seletiva, como se  este modo de violência fosse a única. Mas, as pessoas  que estão atentas  ao valor pedagógico reservado à punição de exceção, ou ao crime de colarinho branco (grande expressão), sabem  que a “organizatio sceleris” (organização criminosa) também  tem seu ponto frágil.  Além do mensalão,   registre-se esta  violência seguidamente  denunciada nos golpes  da  ambulância, dos  remédios, enfim, lucro absolutamente inescrupuloso, à custa da saúde  de  moribundos ou de atendimento às  crianças. Pois estes também têm alma. Mas a  única alma  perceptível está encarnada  no bolso. Expropriar o patrimônio do corrupto,  ainda é a maior ação da justiça.

Retoques:
* E esta  acusação contra o juiz Vitor que faturava aplicando ágio na venda  de crianças para adoção?
* Tem  gente que não  se  dá  conta  do que acontece  em São Paulo nas  eleições. O Serra surpreende  ao perder  o pleito para Adad. Observadores explicam que sua  rejeição foi determinante.  Pode ser isso, mas é impressionante a insistência destas evidências da média em afirmar que o apoio de Lula e Dilma não foi importante  na eleição de Adad. Quem sabe, as votações de Lula e Dilma para presidente foi apenas imaginação? Martin Fierro tinha razão ao dizer que “El mal nombre no se borra” –  o mau nome não se difama.
* Por achar interessante a observação, registro o que ouvi de um cidadão que veio do norte. Lembra que São Paulo é povoada por nordestino. Muitos dos empresários ou executivos abastados mantêm numerosa mão de obra nordestina que ouve expressões desconcertantes sobre o povo sofrido do nordeste, mas não esquecem na ora  de votar. Dizem que os poderosos tucanos, que são minoritários, são contestados pelos próprios funcionários que  trabalham  em funções mais humildes, na hora  do voto. Pode ser uma questão influente.
* O vereador e padre Vilson fala com serenidade clerical. Não se olvidem os mais afoitos na tribuna da Câmara,  de que o padre é excelente orador, tem conhecimentos sociológicos e talvez  seja  a maior expressão cultural desta futura legislatura. O edil socialista conhece as aflições do povo por que sempre esteve neste meio, com os mais pobres.
* Atenção para esta notícia. Para nós obesos, a notícia é excelente. Em Arataca, na Bahia,   realizou-se o salão mundial do Cacau, promovido pelos pequenos agricultores de um assentamento rural. A seriedade dos cooperados, a tecnologia e pesquisa do cacau, deixaram os especialistas europeus  empolgados com a qualidade  do produto.  

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