Criatividade e beleza na economia solidária

Os três dias de Fresol mostraram produtos que unem qualidade e sustentabilidade de forma criativa e produzem geração de renda

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A 12ª Feira de Economia Popular Solidária (Fresol) mostrou produtos de qualidade e criatividade feitos de forma sustentável. Durante os três dias de evento, que encerrou no domingo, os 120 expositores mostraram a quem visitou o Igaí Eventos que funcionalidade e beleza podem surgir de matérias-primas pouco valorizadas pela maioria das pessoas. Além disso, a educação ambiental e a valorização das culturas tradicionais também tiveram espaço. Neste sentido a exposição dos grafismos dos índios caingangues, utilizados nas pinturas corporais e artesanato, conquistaram a atenção do público.

O trabalho dos artesãos passo-fundenses Joelson Chaves e Neiva dos Santos também se distinguiu entre os estandes. O casal fabrica objetos decorativos a partir de discos de vinil, material que não é reciclável. Usando uma furadeira Joelson esculpe nos bolachões imagens de ícones do rock?EUR(TM)n roll e da música pop. O artesão descobriu o produto através do site de uma empresa norte-americana que recorta as figuras a laser e decidiu adaptar a técnica. O casal afirma ser o único fabricante no Brasil e já calcula ter mais de cem modelos diferentes. ?EURoe?? uma coisa exclusiva. Estamos agradando dos oito aos oitenta?EUR?, comemora.

Mas o grande destaque da edição foi um trabalho produzido em Tocantins. Uma associação de 35 trabalhadores rurais do município de Ponte Alta, na região do Jalapão, trouxe para Passo Fundo o artesanato feito com o capim dourado. Tendo a palha de tonalidade amarelo brilhante como matéria-prima as mulheres da associação produzem bijuterias, calçados e objetos decorativos. ?EURoe?? uma fonte de renda para várias trabalhadoras porque muitas delas moram na zona rural e não tem outra renda além da roça que está prejudicada com as queimadas e torna a renda pequena nesta época do ano. Então o capim dourado é uma forma de somar?EUR?, explica a artesã Tatiana Pereira dos Reis que representou o grupo na Fresol. Ela ficou feliz com a repercussão do trabalho. ?EURoeTodo mundo ficou encantado com o capim dourado, tá sendo febre do momento?EUR?, se diverte a artesã.

O coordenador da Cáritas, uma das entidades organizadoras, Luiz Costella avaliou o domingo como o melhor dia de visitação. Apesar disso, considera que o público reduziu nesta edição e não deve ultrapassar as 15 mil pessoas. Ainda assim, um avanço constado pelo organizador foi na qualidade dos produtos oferecidos que vem se aprimorando a cada edição. A oportunidade de troca de informações, de produtos e a união propiciada pelo evento favorece o fortalecimento de cada participante e a superação de dificuldades, pondera Costella.

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