No período entre as 11h e às 18h de terça-feira (13) os moradores dos 200 apartamentos do PAR Hélio Toldo ficaram sem abastecimento do gás central. Segundo informação dos moradores, esta não teria sido a primeira vez que o abastecimento fora cortado e que a situação já teria acontecido anteriormente, no período da noite.
O problema foi relatado anonimamente, por telefone, por moradores que disseram que este não é o único problema que tem acontecido no condomínio. Eles ainda reclamaram da falta de manutenção do espaço com brinquedos destinados às crianças e da cobrança de lâmpadas de segurança que não foram instaladas.
Maria (*), uma das moradoras, conta que além da administradora do condomínio, fizeram contato direto com a sede da empresa fornecedora de gás que fica em São Paulo e com a sede da administradora, que fica em Pelotas. “Começamos a colocar pressão, porque na administradora cada um dizia uma coisa”, argumenta. Maria disse que a fornecedora de gás, em São Paulo, informou que o PAR Hélio Toldo teria um valor em atraso do mês de setembro, superior a R$ 3 mil e que um novo abastecimento somente seria feito após a quitação e mediante um valor que servisse de entrada para a recarga, que é feita diretamente do caminhão. Os moradores também foram informados que o caminhão de abastecimento estava em Passo Fundo esperando o contato da administradora sobre o pagamento para então recarregar.
“Eles dizem que tem mais de 50% dos moradores inadimplentes, mas não estão fazendo nada para cobrar ou retirar essas pessoas. É isso que alegam, mas não mostram papel nenhum pra comprovar”, desabafa a moradora. Maria comentou que os moradores inadimplentes há muito tempo perdem o direito de morar no PAR.
A situação da falta de gás gerou indignação principalmente porque ocorreu próximo ao meio-dia deixando muitos moradores sem almoço. “Quem podia foi almoçar fora. E muitos que não têm micro-ondas, ou comida pronta, foram trabalhar sem almoçar por causa disso. A gente ligava para a administradora e os celulares estavam desligados. Eles só resolveram porque nós fizemos pressão”, argumenta outra moradora.
Administradora
Conforme Marcos Antônio Facco, fiscal de condomínios da administradora, o valor foi pago no dia 6 de novembro, mas o pagamento ainda não tinha sido informado para a fornecedora. Facco explicou que no momento do abastecimento é emitido comprovante com o valor, que posteriormente é encaminhado a Pelotas, onde fica a sede da administradora, que é a responsável por fazer os pagamentos.
Normalmente, segundo Facco, o abastecimento é pago no período de 30 a 45 dias após a realização do serviço. “Na verdade, quem falou sobre o atraso foi Passo Fundo. Em São Paulo eles informaram que estava pago. O abastecimento foi em 4 de setembro e eu tenho aqui a nota, onde o depósito foi feito no dia 6 de novembro”, salienta.
Segundo ele, a compra é sempre realizada com a negociação de prazo para pagar. “O que aconteceu foi que a gente fez o depósito, porém eles não identificaram o pagamento. Devíamos ter passado um e-mail para eles com o número da nota, o que não foi feito”, destaca.
O abastecimento do gás é feito a cada 30 ou 45 dias. “Eles me ligaram na hora, procurei a resposta, encontrei o pagamento e passamos um fax para São Paulo para eles autorizarem a recarga, mas o caminhão não estava disponível no momento e chegou lá em torno de cinco e meia (da tarde)”, explica. Facco disse também que em seis anos esta teria sido a primeira vez que aconteceu o desabastecimento. Com relação às luzes de emergência, ele informou que foi feito o orçamento que foi autorizado pelos moradores. O pagamento foi feito em duas parcelas, uma já cobrada, e a instalação, garantiu, está sendo realizada.
(*) Nome fictício, pois os moradores não quiseram se identificar