O final de ano está chegando e os trabalhadores já estão pensando onde vão gastar o seu 13º salário. A economia desacelerou e especialistas alertam para que o consumidor tenha cautela neste momento. Antes de pensar em gastar é preciso pagar as dívidas. Planejar os gastos, pesquisar os preços dos produtos ou serviços, pedir descontos, pagar a vista e ficar de olho nos juros estão entre as recomendações para as compras de Natal.
Onde investir o 13º salário?
Conforme a professora da UPF e doutora em economia, Cleide Moretto, o 13º salário foi criado como uma forma de premiação para o trabalhador. É uma renda a mais que pode fazer a diferença neste final de ano. Segundo a economista, antes de sair gastando em novos produtos ou serviços, as pessoas que estão endividadas devem utilizar este dinheiro para saldar as dívidas. Caso não seja possível pagar todas as dívidas, a orientação é para saldar aquelas contas com juros mais elevados. Para as pessoas que estão em uma situação financeira um pouco melhor planejar onde utilizar este dinheiro é um bom negócio. “O ideal é que o consumidor compre as coisas que ele realmente necessita, lembrando que final de ano se gasta muito com presentes e festas”, orientou a economista.
Planejamento
Uma das práticas importantes para as compras de Natal é planejar a quantidade de presentes e uma média de gastos. A pesquisa e a compra com antecedência também são importantes. “O consumidor pode aproveitar este período para fazer a pesquisa de preço e das mercadorias que ele quer. Faça uma lista prévia e poderá fazer bons negócios. Na correria o consumidor acaba comprando as sobras e não tem como pedir descontos”, sugeriu Cleide.
Outra dica é não comprometer toda a renda do próximo ano. Os consumidores precisam lembrar que no início do próximo ano terá gastos com IPVA, IPTU, seguros e outras prestações fixas.
Condições de pagamento
Pagar a vista é sempre um bom negócio. “Parcelas em 10, 12, 24, 36 e 60 vezes sempre têm juros embutidos. Com dinheiro na mão sempre conseguimos alguma barganha. É preciso pechinchar”, frisou Cleide.
Momento é de cautela
Conforme Cleide, a economia está desacelerando e a cautela é fundamental. A estimativa inicial para este ano era de um crescimento de 4% e o ano deve fechar em aproximadamente 1,5%. “Se a produção não vai bem é provável que aumente o desemprego. Com o aumento do desemprego, as pessoas ficam sem renda e o sonho de comprar acaba. Não comprometa a renda futura sem ter certeza que ela existirá”, salientou a economista.
Valorizar o mercado local e o consumo consciente
Os especialistas salientam que está na hora do consumidor pensar no consumo consciente do ponto de vista ambiental e na valorização dos produtos e serviços locais. “Valorizar o que é feito aqui é garantir que o mercado local sobreviva. Se colocar renda em outro espaço produtivo poderá ter efeito na nossa economia”, ressaltou Cleide.
Balcão do Consumidor alerta para compras parceladas e trocas
Conforme o coordenador do Balcão do Consumidor da Faculdade de Direito da UPF, Rogério Silva, o parcelamento é uma das maiores reclamações. “Muitas vezes as parcelas são feitas em um número maior do que o consumidor solicitou”, explicou Silva.
A troca de mercadorias e produtos com defeitos também geram reclamações. Silva disse que alguns fornecedores não efetuam a troca e também não encaminham para assistência técnica. “É importante saber se existe assistência técnica da cidade ou se o produto deve ser enviado para outra cidade ou Estado”, enfatizou o coordenador do Balcão do Consumidor.
Coordenador do Balcão do Consumidor da Faculdade de Direito da UPF, Rogério Silva 10 dicas do Balcão do Consumidor para as compras de Natal:
1 – Comprar com antecedência: não deixe para os últimos dias quando o movimento aumenta e as opções diminuem;
2 – Pesquisar: procure sempre fazer uma pesquisa, comparando preços entre uma loja e outra. A Internet é também um bom instrumento para pesquisa de preços;
3 – Pedir desconto: pedir desconto não está fora de moda. Sempre é possível conseguir um preço melhor;
4 – Ficar atento aos juros e número de parcelas: pergunte sempre o preço à vista e quanto será cobrado de juros em caso de parcelamento. Confira na hora de receber a nota, se está dentro do que foi combinado;
5 – Não comprometer todo o salário: não comprometa todo o salário, porque as compras vão ser pagas ao longo do ano. Depois do final de ano, muitos estabelecimentos fazem ótimas liquidações.
6 – Não comprar por impulso: Compre só aquilo que realmente vai necessitar;
7 – Garantia do produto ou serviço: a garantia legal estabelecida pelo Código de Defesa do Consumidor é de 90 dias para produtos duráveis e 30 para produtos não duráveis.
8 – Pedir nota fiscal: a nota fiscal é o comprovante da relação de consumo;
9 – Troca de produtos: questionar sobre a troca de produtos. Qual é a política da empresa?
10 – Sustentabilidade: a preocupação com a sustentabilidade sempre deve estar presente. Procure saber a origem do produto, onde é produzido, usa trabalho infantil, qual a origem da matéria prima, preserva o meio ambiente;
Balcão do Consumidor
O atendimento é feito de segunda a sexta-feira das 12h às 17h, no campus III da Universidade de Passo Fundo (em frente a antiga prefeitura). Informações pelo telefone (54) 3316-8518.