O risco de Passo Fundo enfrentar uma epidemia de dengue no próximo verão preocupa o Núcleo de Vigilância Ambiental da Prefeitura. Somente em 2012, foram localizados 13 focos da larva do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. O número é recorde na cidade, que até então não havia registrado mais do que quatro focos de larvas em um único ano. Para evitar a proliferação do mosquito e a incidência da doença na cidade, o Núcleo de Vigilância Ambiental Saúde promoveu no último sábado, uma série de atividades de mobilização contra a Dengue na Praça Ernesto Tochetto.
Para sensibilizar as pessoas, a equipe da Dengue montou um estande com amostras da larva e do mosquito Aedes aegypti. “A nossa ideia é sensibilizar o maior numero de pessoas no município, porque estamos preocupados com esta grande incidência de focos”, disse Ariane Marteninghe Dal Piaz, supervisora da equipe da Dengue. Para as pessoas que passaram pelo estande, ela explicou a importância de manter os ambientes sem acúmulo de água parada e de reconhecer as características do mosquito que contamina a doença. “O mosquito adulto da Dengue é mais escuro, tem as manchas brancas nas patinhas, que o pernilongo, por exemplo, não tem. Qualquer mosquito que se reproduza em água parada é propício para a Dengue, por isso a importância de observar atentamente ou então comunicar o Núcleo sobre a suspeita”, explicou.
O programa da Dengue, que existe desde o ano 2000, está ampliando as ações ano a ano, especialmente com a alta incidência de focos em épocas do ano, como o inverno, que não eram propícias para a proliferação do mosquito. “A gente começa a observar que o mosquito está se adaptando ao nosso clima e, mais uma vez, nós temos que reforçar os cuidados contra a Dengue, seja no inverno, como no verão. Não existe vacina e nem tratamento. É uma doença séria e que pode levar a morte. A única forma de evitar a doença é se prevenir”, alertou.
A grande maioria dos 13 focos confirmados nesse ano foi localizada no mês de maio deste ano. As larvas foram encontradas em uma piscina infantil de uma residência, em dois pontos estratégicos e o restante, em armadilhas. Os mais recentes, foram confirmados nos cemitérios da Vera Cruz e da Petrópolis no início de novembro. “Toda a vez que encontramos um foco, os agentes trabalham de forma intensa num raio de 300 metros do local para evitar que aquela fêmea, que pode colocar até 400 ovos, possa ter disseminado seus ovos em outros locais próximos”, explicou. O município será considerado positivo para a Dengue quando se localizadas outras larvas dentro desta mesma região. “Quando tiver alguma pessoa com Dengue é porque o município já está infestado e já é positivo”, esclareceu.