OPINIÃO

Fatos - 05/12/2012

Por
· 1 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Papel da imprensa

Acompanhei algumas manifestações via redes sociais sobre a cobertura jornalística da despedida da mãe do técnico Felipão, Dona Cecy Leda Gabriel Scolari, de 89 anos, que morreu na segunda-feira depois de alguns dias internada no HSVP. Concordo em partes com alguns posicionamentos mais críticos sobre o papel que a mídia tem nestes momentos delicados. Não concordo que o jornalista tenha que invadir a privacidade de quem quer que seja em troca de uma matéria exclusiva. Invasão é agressão e estamos lidando com sentimentos. Os colegas que trabalham ou já trabalharam comigo sabem que não fomento este tipo de atitude. Prefiro perder a exclusiva do que agredir outra pessoa.

Paciência

No caso da cobertura do velório de Dona Cecy, a mídia nacional se voltou para Passo Fundo porque ela é mãe da personalidade mais visada neste momento: o técnico da Seleção Brasileira. E, uma declaração dele, jornalisticamente falando, vale ouro. Como Felipão é uma pessoa muito tranquila em relação a imprensa, não tivemos dificuldades de conseguir esta declaração. O jornalista Gerson Lopes, que acompanhou tudo, passou a madrugada no Memorial Vera Cruz, teve que ter somente paciência de aguardar o momento propício, menos invasivo, o que naturalmente aconteceu.

Faz parte

Aos colegas que estão iniciando no jornalismo, não se afobem em achar que tudo é sensacionalismo. Temos um papel importante a cumprir que é o de bem informar. Façamos a coisa certa, pelo modo mais ético, porque na escuta de um rádio, na frente de uma TV, na Internet ou com um jornal na mão tem um ouvinte, um espectador e um leitor sedento por informação. E ele quer saber tudo, caso contrário ele muda de emissora, troca o canal da TV, busca outro site e assina outro jornal.

Ângulo

Dona Leda, como era conhecida, foi uma criatura fantástica. Mulher de fibra, atuante que deixou exemplos positivos e o legado de uma vida correta. Seus filhos bem criados e bem sucedidos são exemplos disso. E, se Felipão é o que é hoje é graças a essa mulher forte que nos deixa no campo físico para brilhar em outra dimensão. Se a imprensa simplesmente ignorasse este fato e a presença do Felipão em Passo Fundo, não estaria reconhecendo o que significou Dona Leda na vida deste homem. As coisas podem ser vistas sob outro ângulo e podem ser menos radicais.

Gostou? Compartilhe