A programação dos 16 Dias de Ativismo terminou ontem à tarde, em Passo Fundo, com a caminhada Lilás e apresentação dos resultados da pesquisa “A percepção da violência contra a mulher”. A atividade marcou ainda, o Dia Mundial dos Direitos Humanos, celebrado ontem.
Aproximadamente 100 mulheres, representando diversos movimentos sociais de Passo Fundo, e também da região, entre eles o projeto Mulheres da Paz, Conselho Municipal da Mulher, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Sarandi, Não Me Toque, Ibiaçá, Pontão e Trindade, se reuniram em frente ao fórum. Por volta das 15horas, elas partiram pela avenida Brasil em direção à Prefeitura Municipal.
“A Caminhada tem o objetivo de sensibilizar a comunidade e cobrar dos órgãos públicos ações concretas para que a violência contra a mulher tenha fim”, explicou a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Condim), Márcia Carbonari.
Levantamento realizado pela Delegacia da Mulher coloca Passo Fundo como a segunda cidade do Estado com maior número de registro de violência contra a mulher. A média é de 10 ocorrências por dia.
Na Câmara de Vereadores, as mulheres apresentaram o resultado da pesquisa “Percepção da Violência contra a mulher”. Um trabalho realizado pelas 200 integrantes do Mulheres da Paz. Entre os meses de setembro e outubro, elas entrevistaram 495 famílias moradores dos bairros incluídos no programa. Através de um questionário com 49 questões, identificaram o problema como uma questão pública, que precisa de um comprometimento da sociedade. Os entrevistados avaliaram positivamente o papel da Delegacia da Mulher, por outro lado, demonstraram a necessidade de avanços em outros órgãos como a Polícia Civil e Judiciário.
“O estudo mostrou ainda que muitas mulheres deixam de denunciar seus agressores principalmente pelo medo e pela dependência econômica” revela Márcia.
Durante os 16 Dias de Ativismo, que começou em 20 de novembro, as entidades realizaram exposição de obra de arte, mostra fotográfica, com material produzido nos bairros pelas próprias Mulheres da Paz, palestras, oficinas, além da entrega de material da campanha e exemplares da Lei Maria da Penha.
Protesto pela morte da filha
Segurando um banner com a foto da filha, Silvia Miranda, 36 anos, Ortelina Brigida de Miranda, 64 anos, liderou a caminhada das mulheres. Silvia foi morta com um golpe de canivete desferido pelo genro, enquanto tentava defender a filha. O crime aconteceu no final de outubro. Integrante do projeto Mulheres da Paz, Silvia era uma referência no bairro Jaboticabal, onde morava desde a infância, pela luta e combate à violência contra as mulheres. “Participo de todas as atividades para mostrar o que fizeram com ela e que a justiça seja feita” disse emocionada.
Caminhada pelo fim da violência contra a mulher
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