Fique tranquilo. Embora as teorias sejam boas e algumas até bem convincentes ainda não há evidências científicas para o acontecimento do apocalipse no próximo dia 21. Por via das dúvidas, iniciamos hoje uma contagem regressiva para o Fim do Mundo. A intenção é tentar explicar – sim, tentar, porque não é tarefa fácil, nem simples – porque o apocalipse causa tanto interesse e medo nas pessoas, porque ele pode ou não acontecer e também mostrar como ele é entendido pelas religiões. Aproveite! Faltam 10 dias para o fim do mundo.
Uma busca simples na internet com palavras chave como fim do mundo, calendário maia ou 21 de dezembro de 2012 é suficiente para encontrar diversas teorias que expliquem o fim do mundo e porque ele estaria marcado para o próximo dia 21. Catástrofes climáticas, colisão com um objeto de grandes proporções vindo do espaço ou mesmo uma tempestade solar estão entre as teorias mais comentadas. Em diversos lugares do mundo pessoas se preparam para o dia do juízo final. Em casos mais radicais, chegam a pensar em suicídio. A preocupação aumentou tanto que a agência espacial norte americana, a Nasa, chegou a criar um site para explicar cientificamente porque o mundo não acabará no dia do solstício do verão deste ano.
Este dia coincide com o dia em que termina o ciclo de um calendário maia. O fim deste marcador do tempo é considerado por muitas pessoas a prova de que os maias já sabiam que o mundo tinha data para acabar. Mas interpretar essas inscrições que conseguiram ser salvas dos colonizadores europeus não é simples. Quem explica é o professor do curso de Física da Universidade de Passo Fundo (UPF) Álvaro Becker da Rosa. Além disso, a pedra existente e que deu origem à profecia não é exatamente um calendário.
Dias, semanas, meses...
A contagem de tempo pode se dar de diversas maneiras, seja em dias, semanas, meses, bimestres, décadas, séculos ou milênios, além de muitas outras. Os maias tinham uma contagem cíclica e muito bem elaborada. Esses ciclos poderiam ser de alguns dias ou até milênios. O período que se encerra no próximo dia 21 de dezembro é o fim de uma contagem de mais de 1500 anos. O professor esclarece que este é o último dia do 13º b'a'ktun, como era chamado. “Da mesma forma como comemoramos a chegada do ano novo ou a virada do milênio, os maias comemoravam o final de cada ciclo. Um detalhe fascinante sobre o calendário maia é que ele contém um erro de alguns décimos de segundo enquanto o nosso possui alguns segundos de erro”, explica. O calendário gregoriano utilizado atualmente tem um erro de 26 segundos em relação ao ano solar. No calendário Maia esse erro é de apenas 37 centésimos de segundo, o que faz dele 70 vezes mais preciso do que o utilizado atualmente.
Interpretação
A interpretação dos documentos e inscrições que sobraram da cultura Maia é difícil. No período da conquista muitos documentos foram destruídos e a língua proibida de ser falada. Além disso, não há nada parecido com a pedra de Roseta encontrada pelos soldados de Napoleão e que permitiu a tradução dos hieróglifos. Sabe-se que eles tinham um sistema tão apurado de numeração que permitia registrar quantidades expressivas, astros no céu e muitas outras coisas, além de ser muito mais fácil de ser ensinado. “Infelizmente, da cultura Maia pouco restou, pois a conquista destruiu tudo o que existia, e os documentos e registros em pedra são quase impossíveis de decifrar”, finaliza.
Será que um dia acaba?
Na edição de quarta-feira você confere uma matéria que explica quais as reais chances de o mundo acabar.
Faltam 10 dias para o fim do mundo
· 2 min de leitura