Nada de catástrofes ou sofrimentos. Para os espíritas e os umbandistas, a principal transformação que deverá acontecer no mundo – e já está acontecendo, de acordo com explicações próprias de cada religião – é uma mudança no comportamento moral e no aperfeiçoamento espiritual do ser humano. Se durante muitos anos o avanço tecnológico predominou agora é a vez das pessoas evoluírem moralmente.
Os espíritas acreditam que uma grande transformação está em andamento na terra desde a década de 1950. De acordo com o presidente do Conselho Regional Espírita e da União Espírita de Passo Fundo Paulo Afonso Eberhardt esta transição diz respeito a postura ético-moral das pessoas e também dos espíritos que estão encarnando. Após uma fase de grandes avanços tecnológicos, que ainda permanecerá, agora a evolução será espiritual. “Quando Jesus diz que os mansos herdarão a terra significa que os espíritos voltados para o mal não permanecerão no planeta, mas sim os bons. O espiritismo não tem essa visão de fim de mundo, mas de um ciclo que é um período muito mais moral do homem”, esclarece.
Eberhardt cita que as revelações e comunicações espíritos falam da transição planetária. Nessa transição, os espíritos que encarnaram na terra e não conseguiram evoluir, não poderão retornar para cá, mas somente para mundos inferiores onde poderão se aperfeiçoar. “Então a terra estará melhor porque homens melhores passarão a habita-la”, reforça. Esse processo de mudança está em andamento e ao final dele apenas os espíritos bons poderão reencarnar na terra.
Evolução do espírito
Os espíritas acreditam que todos os homens foram criados por Deus de forma igual: simples e ignorante. Cabe a cada um trabalhar o seu progresso até um dia conseguir se tornar um ser puro, sem imperfeições morais. Quando o espírito encarna em um local e não consegue evoluir ele retorna em um mundo inferior para que possa completar esse processo. Neste momento, os espíritos inferiores estão tendo a última chance de evoluírem para poderem voltar a reencarnar na terra e posteriormente em mundos superiores. Acreditam ainda na existência de vários mundos habitados por espíritos em configurações diferentes de corpos.
Sem indícios do fim dos tempos
Embora a Umbanda seja uma religião multifacetada, com várias formas de pensamento, um entendimento comum é de que tudo acontece em ciclos, com momentos de perdas necessárias. De acordo com o dirigente espiritual do Centro Espiritualista de Umbanda Guerreiros da Luz Rigoberto Franceschi neste ano se encerra um ciclo que está em andamento desde 1950 e um novo se inicia em 2013. Este ciclo que se encerra foi marcado pelo desenvolvimento tecnológico e deverá ser substituído por um novo em que a transformação será espiritual e emocional do ser humano. “Na umbanda não há indício nenhum de um fim dos tempos. Na verdade é mais um medo do ser humano da própria morte, de terminar ou acabar alguma coisa. Como acreditamos em ancestrais e vida após a morte temos o entendimento de que não pode acabar”, explica.
A Umbanda trabalha com as três raças raízes do Brasil: o índio, o negro e o europeu, e observa ainda alguns aspectos da cultura maia. Conforme Franceschi o calendário mais não especifica nenhum final, a não ser o de um ciclo. “Eles prefixam uma data porque tinham uma obsessão por elas. É o momento final de um ciclo que se encerra e outro inicia em 2013”, simplifica.
Católicos e Judeus
Na edição do final de semana você confere o que pensam os católicos e os judeus sobre o fim do mundo.
Uma transformação do homem se inicia
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