Um fim de mundo famoso

Faltam 03 dias - Em sites de notícias e redes sociais, informações e brincadeiras sobre o fim do mundo circulam a todo momento

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As piadas e informações sobre o fim do mundo nunca tiveram tanta facilidade de acesso quanto agora. Se nas redes sociais as piadas com a previsão do apocalipse surgem a cada momento, nos sites de notícia o que não faltam são histórias de pessoas se preparando, alguns governantes preocupados e várias tentativas de cientistas de dizer que tudo não passa de um mal entendido. O fato é que o fim do mundo ficou famoso seja para quem acredita ou quem apenas tem criatividade para inventar piadas com o tema.

As redes sociais são consideradas as principais propagadoras das informações sobre o fim do mundo pelo doutor em Sociologia da Imed, professor Jandir Pauli. É por meio delas que piadas ou mesmo notícias conseguem se espalhar rapidamente e ter uma grande abrangência. “Em termos práticos, isto permite que cada perfil possa compartilhar e multiplicar na sua rede de amigos esses materiais. Por outro lado, impressiona o fato das informações não serem filtradas pelos internautas”, pontua. Ele destaca que muitas pessoas continuam divulgando informações mesmo sabendo de resultados recentes de escavações na Guatemala e publicadas em diversas revistas científicas que desmentem todas as teorias de fim do mundo atreladas ao calendário maia.

É brincadeira
Pauli destaca ainda que boa parte das pessoas que divulga informações não acredita de fato nelas, mas aproveita para fazer piadas e compartilhá-las. “Seja como for, este fato ilustra como a internet é um instrumento poderoso para disseminar informações nem sempre verdadeiras. Além disso, as redes sociais permitem usar e adaptar informações criando interpretações e significados bastante distintos e distantes da fonte emissora”, explica.

A professora do curso de História da UPF, Dra. Rosane Neumann, concorda que poucas pessoas acreditam mesmo nas previsões. “A maioria vê essas previsões com certo ceticismo. Por outro lado, assistimos e lemos reportagens tratando dessas questões, com certa insistência, mantendo o tema ‘quente’”, ressalta.

Preocupação de muita gente
Conforme a professora Rosane, a preocupação com o fim do mundo está presente na sociedade motivada por diferentes explicações. No caso do calendário maia ele é um documento histórico utilizado por pesquisadores como tantos outros encontrados em diferentes culturas. “O calendário maia tornou-se popular e assunto em pauta nos meios de comunicação de uma forma mais incisiva na última década, muito mais baseado no senso comum do que em estudos científicos, alimentando algumas mídias que criam programas que abordam a questão de forma humorística”, opina.

Um fenômeno semelhante aconteceu na passagem do ano 1999 para 2000. Muitas pessoas estavam preocupadas com o fim do mundo naquele momento. Embora nada de catastrófico tenha acontecido, vários suicídios foram registrados por pessoas que de fato temiam o apocalipse.

Esquecido
O famoso vidente Nostradamus é muito invocado quando se trata de previsões diversas, como em 11 de setembro de 2001 quando muitos afirmaram que ele havia previsto o atentado às torres gêmeas. Mas dessa vez ele está esquecido, abafado pelo calendário maia. Conforme a professora Rosane o profeta também teria feito previsões para grandes catástrofes em 2012, mas que não são tão difundidas atualmente.

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