Daniela Wiethölter Lopes/ON
Dados das Estatísticas do Registro Civil divulgados, nesta segunda-feira (17), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam um aumento de 63% no número de mortes de crianças até um ano de idade em Passo Fundo, totalizando 31 óbitos em 2011, 12 casos a mais em relação a 2010. Entre as crianças com menos de 7 dias, a variação foi de 30,76% e, entre 7 a 27 dias chegou a 400%. Analisando os índices nacionais, a diferença foi bem menor: crescimento de 8,17% nos óbitos nas crianças com até um ano de vida, queda de 0,18% entre os recém-nascidos de 6 dias e aumento de 5,09% entre bebês com idade de 7 a 27 dias.
Os dados do IBGE reforçam as estatísticas – já publicadas pelo ON no dia 17 de setembro de 2012 – divulgadas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que mostravam que em 2011, a taxa de mortalidade infantil em Passo Fundo voltou a apresentar índices preocupantes, atingindo 11,4 mortes a cada mil bebês nascidos. A taxa de óbitos na infância, que era de 14,8 em 2008, baixou para 9,7 no ano seguinte. Em 2010, obteve o menor índice, com apenas 20 óbitos e coeficiente de 7,7 mortes para cada grupo de mil nascidos vivos. O pior índice foi registrado em 2004 (36), quando 60 crianças faleceram.
Segundo coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde, Mara Dill, a Prefeitura está realizando uma investigação detalhada de cada caso de óbito de criança até um ano idade, com o objetivo de identificar as causa para o aumento dos casos. “A intenção é identificar se as causas estão relacionadas com a assistência ao parto e se são evitáveis, pois não se admite mais mortes, por exemplo, causadas por infecção respiratória ou diarréia. Mas o que se sabe é que em 2012, por exemplo, tivemos um aumento de mortes provocadas por má formação, como cardiopatias, quando normalmente não é possível evitar o óbito”, destacou lembrando que o registro de óbitos tardios, ou seja até um ano de vida, dobrou entre 2011 e este ano.
Em 2012, o levantamento do município aponta um avanço maior ainda na mortalidade infantil. Até o dia de ontem (20), foram registrados 38 óbitos de crianças até um ano de idade. “Nestes casos, o principal motivo é a prematuridade do bebê, que pode ser provocada por falhas no acompanhamento durante a gestação da mãe. Esse tipo de óbito pode ser evitável com um atendimento de qualidade durante o pré-natal e pela mãe que deve seguir as recomendações do médico”, explicou. Conforme o registro parcial do município para este ano, a taxa de mortalidade infantil já chega 14,88, um aumento de 23% em relação a 2011.
Ano 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Total 1.009 1.126 1.080 997 1.119 1.095 1.089 1.135 1.138
Menos de 1 ano 60 59 37 29 36 39 25 19 31
Menos de 7 dias 23 26 24 18 19 19 10 13 17
7 a 27 dias 19 15 7 4 8 10 7 2 8
Fonte: Estatísticas do Registro Civil - IBGE
Brasil
O País registrou 31.891 mortes de crianças com menos de um ano de idade em 2011. Desse total, 51,8% morreram antes de completarem uma semana de vida. Já os óbitos de crianças com 7 a 27 dias de idade representaram 16,5% desse total. As mortes classificadas na categoria pós-neonatal, ou seja, de crianças nascidas nos 28 a 364 dias de vida, significaram 31,7% do total.
Aumento de 63% na taxa de mortalidade infantil
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