A perspectiva de estiagem que estava prevista para este verão fez com que os produtores da região optassem por reduzir a área destinada ao plantio do milho e apostarem todas as fichas nas lavouras de soja. Até o momento, mesmo com a reversão da previsão de estiagem, a aposta parece ter sido acertada, uma vez que tanto lavouras de milho quanto de soja têm boas expectativas de produtividade.
O milho, segundo o engenheiro agrônomo da Emater, Claudio Dóro, está na fase de desenvolvimento e enchimento de grão, quando precisam muito de água. “Agora o milho está com dependência muito grande de água, com consumo médio de seis a sete milímetros por dia de água, então não pode faltar chuva. Ele ingressou numa fase crítica, onde a água é fator fundamental, tem que ter água em abundância”, comenta.
Nos últimos 15 dias, pelo menos, a chuva tem sido suficiente e o resultado é que padrão das lavouras de milho é muito bom. “Não é ótimo, porque o milho sofreu na arrancada inicial, com bastante geada e ocorreu problema de falta de chuva no mês de novembro. Agora em dezembro as chuvas melhoraram bastante, mas as lavouras de milho têm um potencial produtivo bom. Teremos uma safra boa de milho, apesar da redução de área plantada de cerca de 15% em relação ao ano passado”, destaca o engenheiro agrônomo.
Na área tecnológica os agricultores estão conduzindo bem as lavouras. Dóro ressalta que a parte do produtor está sendo bem feita. “A questão do clima é que foge ao alcance”, sentencia. A colheita deve começar em fevereiro. “Agora é a reta final, tem que chover bem. A questão de pragas e doenças, as lavouras não têm. Hoje praticamente as lavouras estão isentas, o comportamento fitossanitário é bom. O produtor agora não tem nada o que fazer a não ser torcer que chova”, destaca.
Redução da área de milho
Reduzir a área de plantio do milho foi uma decisão baseada em dois fatores principais: a previsão de estiagem e a quebra registrada no ano passado. “A quebra foi muito grande em razão da falta de água. Então este ano na hora de implantar as lavouras de verão, o produtor pensou na questão de clima que se apresentou mais favorável para a soja”, completa. Isso, porque quando foi decidir a lavoura de verão, entre os meses de agosto e setembro, a previsão era de um verão com janeiro e fevereiro com pouca chuva. Na falta de umidade, a soja é mais garantida e tem estabilidade de produção. Entretanto, houve uma reversão na previsão e os boletins estão apontando para chuvas dentro da média climatológica ou até acima, o que é muito bom para soja e para milho.
Soja: plantio encerrado
No início de dezembro os agricultores encerraram o plantio da soja e o que se pode afirmar de momento é que a soja está em período de crescimento e o padrão das lavouras é muito bom. “As lavouras estão melhores que o milho, pois choveu bem depois da implantação. Tem chovido bem neste mês de dezembro. As lavouras se recuperaram. A preocupação dos agricultores agora é combater as invasoras, as ervas daninhas e ficar de olho nas pragas, porque essa temperatura alta favorece muito a incidência de pragas, principalmente lagartinhas e cascudos, até fede-fede estão aparecendo”, ressalta.
Por isso, o momento é de monitorar a lavoura nesta fase inicial: “o produtor não pode deixar o mato tomar conta da lavoura e nem que as pragas cheguem, tem que proteger a área folhear”, explica.
Com relação à umidade, nesta fase a soja tem pouca dependência de água. “Os agricultores fizeram o trabalho com uma boa tecnologia. Os cuidados com a lavoura estão sendo bem feitos até o momento e a soja está com uma grande responsabilidade, porque o agricultor está apostando tudo nesta cultura para pagar as contas. Foi mal com o trigo, foi mal com a cevada. As fichas estão sendo apostadas na soja e para tanto estão cuidando bem da lavoura. Os agricultores estão muito atentos. Até o momento tem uma expectativa de uma boa safra”, projeta Dóro.
Hora de torcer pela regularidade das chuvas
· 3 min de leitura