A unidade da Cesa em Passo Fundo está sendo saqueada e depredada. Os únicos portões que dão acesso à propriedade da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), localizada na Avenida Brasil, Petrópolis, estão fechados. As correntes e cadeados no portão principal não impede a entrada de vândalos e até de ladrões, que saqueiam o prédio do Estado, levando telhas, canos e demais materiais. A lateral é cercada até determinada altura, depois de alguns metros a passagem é livre. Para levar os matériais, basta apenas, entrar no terreno de mais de 24 mil metros quadrados, escolher e carregá-los. O descaso com o patrimônio público é visível.
Mesmo durante o dia, pessoas entram e levam o que precisam, como aconteceu na tarde desta quinta (03), quando a reportagem de ON esteve no local. Três homens e um menino saíram de dentro do silo, carregados com canos, redes e telhas, indo em direção ao mato localizado aos fundos, indiferentes com a presença alheia.
Animais também são encontrados no local, desde cachorros de rua, até cavalos. O setor administrativo que funcionava ao lado do silo, está fechado e não há guardas ou funcionários na unidade. No escritório os vidros foram quebrados, as portas arrombadas e materiais subtraídos.
A unidade da Cesa em Passo Fundo, com capacidade de armazenamento de 10 mil toneladas de grãos, está fechada há cerca de dois anos, devido a falta de investimento de sucessivos governos. Um edital de leilão foi aberto na época em que o Governo decidiu reduzir as 22 unidades existentes no estado, para apenas 16.
Uma das unidades fechadas é a de Passo Fundo, mas a área, avaliada em mais de R$15 milhões, por ter uma boa localização e tamanho expressivo, ainda não foi vendida. Na primeira licitação de venda, o presidente da Cesa, Jerônimo Oliveira Junior, explicou que o imóvel seria vendido, porque, além de a capacidade ter reduzido em número, ainda provocava problemas ambientais, como poluição sonora.
Para cuidar da manutenção da área, foi determinado um único funcionário, mas deixou de trabalhar, já que, até suas ferramentas de trabalho, como cortador de grama, foram furtadas. Esquecido, o Cesa junta restos de objetos, mato e negligência.
Sem explicação
A reportagem buscou informações junto a direção da Cesa em Porto Alegre, mas não obteve retorno. Também contatou com a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, e recebeu a informação de que o caso só pode ser tratado pela Cesa.