Ocupação parece um novo loteamento

Ocupação no loteamento Leonardo Ilha completará três meses em janeiro e já abriga cerca de 200 famílias

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A infraestrutura da ocupação localizada no loteamento Leonardo Ilha chama a atenção. Mesmo na incerteza da permanência das famílias no local, mais de 150 casas foram construídas e três ruas foram abertas para comportar a demanda. Além desta ocupação, outras duas áreas na mesma região da cidade foram ocupadas na última semana. Na terça-feira (08), um terreno localizado no na rua Telmo Ilha foi ocupado e no sábado (05), foi a vez de uma área no bairro São José.

Na ocupação do Leonardo Ilha, as famílias estão instaladas em uma área do município e em outras áreas particulares pertencentes ao mesmo dono. No mês de dezembro, a juíza da 1ª Vara Cívil Especializada em Fazenda Pública, Alessandra Couto de Oliveira, deferiu liminar de reintegração de posse a favor do município para que as famílias desocupassem a área pertencente a prefeitura. O advogado das famílias, Leandro Scalabrin, informou que os ocupantes entraram com recurso, mas a decisão foi mantida pelo Tribunal de Justiça do Estado e assim que forem notificados terão 30 dias para deixar o local. As famílias devem recorrer novamente da decisão. O proprietário das áreas particulares também solicitou à Justiça a reintegração de posse, mas o caso ainda está tramitando.

Conforme a assistente social da Comissão dos Direitos Humanos, Cátia Soares, que está auxiliando os ocupantes, 90% das 187 das famílias construíram casas e esperam que a prefeitura ajude na legalização das instalações de energia elétrica e de água. Os ocupantes também foram cadastrados na Secretaria de Habitação e no Cras da São José. Ruas foram abertas por iniciativa dos ocupantes com auxílio de maquinário contratado e pago pelas famílias.

Os ocupantes estão gastando em média entre R$ 2 e 5 mil para construir as casas. A assistente social deixou claro que as famílias têm consciência que a qualquer momento poderão ser retiradas do local. “As famílias sabem dos riscos, mas elas estão cansadas de esperar pela ajuda do poder público. Algumas estão cadastradas há cinco anos e até hoje não receberam a moradia. A maioria ganha apenas um salário e não tem mais condições de pagar aluguel. Esta é uma situação que o prefeito terá que resolver”, justificou Cátia.

Os ocupantes estão tentando agendar uma audiência com o prefeito Luciano Azevedo nos próximos dias.

Famílias não pretendem sair

Os ocupantes afirmam não ter lugar para morar e se forem retirados do local vão procurar uma nova área. “A nossa esperança é que a prefeitura olhe para nós e que regularize este espaço. Se não der para ficar aqui então que nos arrume outro terreno. Não queremos violência, queremos casa para morar”, declarou o ocupante Amilton Dzwieleski.

Uma nova ocupação

Moradores dos bairros São José, Leonardo Ilha e da vila Annes que pagavam aluguel ou que não tinham onde morar montaram acampamento na terça-feira (08), em um terreno na rua Telmo Ilha, no loteamento Leonardo Ilha. Entre os ocupantes estão idosos, crianças e até uma mulher grávida de oito meses de gestação. O local não possui água e energia elétrica.

 Ocupação da São José

A ocupação que iniciou no sábado (05), em uma área localizada na Avenida Lucas Dias, no bairro São José, possui 13 famílias. Segundo o secretário de Habitação, João Campos, o terreno não pertence ao município conforme informaram os ocupantes. “Sendo assim, a prefeitura está isenta desta responsabilidade e caberá ao proprietário do local solicitar a reintegração de posse”, disse Campos.

 

 

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