Tradicionalismo em família

Fecars da 7ª Região Tradicionalista reuniu milhares de pessoas no Parque de Rodeios da Roselândia durante o final de semana

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Três gerações da família Machado participaram das provas de laço da Festa Campeira (Fecars) da 7ª Região Tradicionalista de Passo Fundo. O encontro de pai, filho e neto na cancha onde foram realizadas as provas são o exemplo de uma das marcas do movimento tradicionalista gaúcho: a valorização da família. A festa contou ainda com oficinas de lides de campo para mostrar como são realizadas as atividades campeiras aos jovens peões e prendas que não têm a vivência do campo. O evento realizado no Parque de Rodeios da Roselândia contou com a presença de milhares de pessoas durante os quatro dias de atividades.

Muito antes de as provas de laço serem realizadas em canchas com regras claras e bem definidas, Amélio Machado, 77 anos, já competia com amigos e conhecidos em campo aberto. Orgulhoso, ele revela que há 51 anos ele participa de rodeios e passou o gosto pelo tradicionalismo aos filhos e netos. O filho Airton Machado começou a laçar quando tinha sete anos e o neto Caetano Machado com apenas 17 anos já ostenta as marcas de bicampeão brasileiro e tricampeão estadual em provas de laço. “Comecei por incentivo do meu pai e do meu avô. Com três anos treinava com vaca parada e aos quatro já comecei a laçar”, lembra. O trio fez questão de participar da Fecars em Passo Fundo.

Movimento

De acordo com a coordenadora da 7ª Região Tradicionalista Gilda Galeazzi, a Fecars é uma oportunidade que os integrantes do movimento ou mesmo pessoas interessadas têm de conhecer um pouco mais sobre a cultura gaúcha. Ela explica que hoje o movimento teve uma reestruturação e saiu do campo para a cidade em muitos lugares. Por este motivo, a programação integra oficinas de lides campeiras para mostrar aos jovens o que é feito no campo. Sobre a programação cultural do Fecars, Gilda destaca que as oficinas têm ainda como intuito orientar as prendas e peões para que possam participar, no mês de junho, do Concurso Regional de Peões. Além disso, no domingo, foram encenados 15 contos de João Simões Lopes Neto.“O movimento tradicionalista é diferenciado. Temos por estrutura a família em qualquer atividade, um exemplo disto é o fato de termos várias gerações participando das provas”, reforça.

Provas

Durante os dias da programação foram disputadas provas de laço em 12 modalidades, iniciando com o Laço Piá, com idade limite de 12 anos, até o Laço Vaqueano, para peões com mais de 70 anos. As provas contaram com a participação de aproximadamente mil competidores, e incluíram ainda jogos como truco, bocha campeira, jogo da tava e tetarfe. “São modalidades que não temos muita afinidade em virtude de que são mais usadas na fronteira e estamos motivamos nossas entidades aconhecerem”, ressalta Gilda.

As provas de laço servirão para selecionar os laçadores que representarão a 7ª Região na Festa Campeira Estadual que acontece de 14 a 17 de março em Campo Bom. O evento reunirá as 30 regiões tradicionalistas do Estado. Os vencedores do concurso estadual participam, em julho, da Festa Nacional dos Campeões que acontecerá em Jataí (GO).

A programação contou com o apoio da Prefeitura e Funzoctur. Gilda ressaltou ainda que a possibilidade de realização do Rodeio Internacional de Passo Fundo está sendo discutida com o a administração do município.

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