Com a chegada do verão é comum as pessoas descansarem na sombra das árvores, porém é preciso atenção redobrada ao sentar-se ou chegar perto das ameixeiras, araticum, abacateiro, pessegueiro, cedro, figueira-do-mato, goiabeira, ipê, pereira, plátano e seringueira. Os troncos destas árvores são os principais hospedeiros das taturanas, conhecidas cientificamente como lagartas do gênero Lonomia e que se desenvolvem nas épocas quentes do ano. Conforme o Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVE) do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, no mês de janeiro já foi notificado um caso de contato com a lagarta.
A temível taturana não assusta pelo tamanho, mede apenas entre 5 e 7 centímetros; mas tem o corpo coberto de cerdas em forma de “pinheirinhos”, de onde sai o veneno que matou nove pessoas no Brasil entre 1989 e 1995. Para tratar o efeito causado pelo veneno da taturana é usado o soro antilonômico, que foi desenvolvido pelo nefrologista que atua no corpo clínico do HSVP, Dr. Alaour Cândida Duarte em parceria com o Instituto Butantan. “Se desconfiar que teve contato com taturana deve buscar recurso imediatamente para receber o soro que é fundamental para evitar a gravidade dos sintomas”, alerta o especialista.
Dor e a sensação de queimação no local do contato, inchaço e vermelhidão são as manifestações iniciais do contato com a taturana. “Também podem ocorrer mal-estar, dor muscular, dor de cabeça e vômito até três dias após o contato, por isso a importância de buscar atendimento médico assim que o acidente acontecer. Os sinais de agravamento variam entre sangramentos pelo nariz, gengivas e pela urina até os hematomas que podem evoluir para uma hemorragia intracraniana e complicações nasais e por fim, levar à morte”, salientou a enfermeira do NVE, Daiane Trentin.
Ao encontrar uma colônia de taturanas é muito importante que elas não sejam destruídas, pois a produção de soro depende da lagarta viva. O ideal é informar as secretarias competentes das prefeituras os locais onde as lagartas foram encontradas. “Para confirmar o diagnóstico de contato com taturana deve-se trazer uma das lagartas para o hospital, no momento do atendimento. Além da identificação da Lonomia, confirmamos o diagnóstico através do exame de tempo de coagulação, que é um exame rápido e fácil de fazer, para sabermos se o sangue está incoagulável ou não”, explica Dr. Alaour Duarte.
Prevenção
Evite o contato com qualquer tipo de lagarta. Observe atentamente as folhas e troncos das árvores.
Nas atividades de risco, proteja o corpo com roupas e luvas adequadas.
Pinte de branco os troncos das árvores próximas as residências, pois facilita a visualização das lagartas urticantes.
Primeiros socorros
Evite esforços desnecessários
Não faça torniquetes ou amarras no membro atingido.
Lave bem o local do contato com água corrente.
Procure assistência médica, mesmo sem sintomas aparentes
Para identificar as lagartas procure auxílio junto à prefeitura de sua cidade ou entre em contato com o Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul que atende 24 horas através do telefone de discagem gratuita 0800.721.3000.