Hemopasso permanece administrado pelo município

Atual administração entende viabilidade e importância de planejamento a longo prazo para reestruturar hemocentro regional

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Uma novela que chega ao fim. O Hemopasso permanece sendo administrado por Passo Fundo. A decisão de manter a gestão municipal do órgão partiu da atual administração, que entende que é necessário planejamento a longo prazo para reestruturar e buscar novas fontes de recursos que viabilizem a manutenção do trabalho.

Jaderson Pires, atual diretor do Hemopasso, conta que no final do ano passado, durante o período de transição, o prefeito Luciano Azevedo pediu ao então prefeito Airton Dipp que não entregasse a administração do hemocentro regional ao Estado, o que estava pronto para ser feito, inclusive com toda documentação necessária.

“O Hemopasso estava pronto para ser entregue para o Estado em dezembro do ano passado. Ainda antes de assumir, durante a transição, o prefeito Luciano, em uma conversa com o Dipp pediu para que não entregasse porque gostaria de trabalhar no governo dele. Aos poucos estamos trabalhando para reestruturá-lo. Temos alguns desafios, que são principalmente buscar outras fontes de recursos e tentar viabilizá-lo de uma forma mais eficiente financeiramente”, avalia Pires.

De acordo com o diretor, desde o princípio a atual administração não tinha a intenção da estadualização do hemocentro. “Não é o que a atual administração quer, tanto que por isso foi dado posse a atual diretoria e estamos trabalhando para viabilizar economicamente. É possível? É. Mas precisamos de planejamento e de certo tempo. Temos alguns prazos e metas estipulados para podermos atingir e viabilizar. Acredito que é perfeitamente possível, porque trabalhamos com respaldo para isso. Hoje a administração municipal, o prefeito e o secretário de Saúde, têm outra visão a respeito do Hemopasso”, salienta.

Planejamento
Para Pires, a chave está no planejamento e na realização de um trabalho contínuo. “Se pegarmos o histórico administrativo do Hemopasso, nos últimos oito anos passaram dez gestores. Não há uma continuidade administrativa. Pontos comuns que ocorrem quando não se tem uma continuidade administrativa: os funcionários perdem a confiança, não se consegue atingir objetivos macro, como por exemplo, a obra, porque entra um gestor, toca um pedaço, entra outro,tem que voltar alguns procedimentos“, destaca.
Por isso, ele afirma que o objetivo é trabalhar com planejamento. “Não estou falando só por mim. Isso vem de cima, do prefeito e do secretário de Saúde. E aos poucos trabalhamos para isso. A intenção é não entregar. Hoje a posição é que não vai ser entregue e trabalhamos inclusive com parceria da Fepps, que é a fundação que cuida dos hemocentros. Estive já em Porto Alegre conversando com a direção justamente para reforçar esse nosso desejo de continuar com o Hemopasso o que para eles é perfeitamente viável. Não era uma coisa que o Estado queria. Era uma coisa que Passo Fundo queria”, argumenta o diretor.

Entenda o caso
Mesmo sendo regional e abrangendo mais de uma centena de municípios da região, não existe contribuição financeira desses municípios ao Hemopasso, a não ser a repassada pelo Estado, que é insuficiente para cobrir todos os custos. Dados do ano passado davam conta de que o município arcava com um prejuízo mensal de cerca de R$ 50 mil. Por isso, a administração anterior iniciou as tratativas para a devolução da administração do hemocentro ao Estado.

 

 

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