Taxistas que não ligarem taxímetro podem perder licença

Usuários de táxis de Passo Fundo reclamam que alguns taxistas não estão ligando o taxímetro para cobrar preço mais elevado

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Um problema antigo de Passo Fundo veio à tona novamente nesta semana. Dezenas de usuários de táxis reclamam que alguns taxistas não estão ligando o taxímetro que calcula o preço cobrado pelo serviço. A principal reclamação é de taxistas que possuem ponto na Estação Rodoviária. Preços absurdos são cobrados, especialmente durante a madrugada, para levar passageiros em pequenas distâncias. Secretaria Municipal de Transportes e Serviços Gerais, responsável por conceder o alvará de licença aos taxistas e pela fiscalização, pede que as pessoas denunciem os casos.

A professora Mariza Santos já foi vítima de dois taxistas. A primeira vez foi em uma viagem entre a Presidente Vargas, próximo ao Banco do Brasil, até a Praça Santa Teresinha. A distância é de aproximadamente quatro quadras. O motorista se recusou a ligar o taxímetro. “Além do taxista cobrar quase R$ 20,00 por andar algumas quadras, quando reclamei ele foi extremamente mal educado”, contou a professora.
Em outra ocasião, quando Mariza precisou de uma corrida entre a Rodoviária até a Praça Santa Teresinha, que correspondem a cerca de 1,2 quilômetros de distância levando cerca de quatro minutos, o taxista também não ligou o taxímetro.

“Estava cansada da viagem e não percebi que o taxímetro estava desligado. Quando chegamos o valor foi um absurdo. Uso táxi em grandes capitais e por trajetos maiores, pago bem menos. Me senti roubada. Certamente este é um dos motivos da população local usar pouco este transporte”, reclamou Mariza.

Atualmente, há 128 táxis em Passo Fundo em 38 pontos. Conforme a agente fiscal da Secretaria de Transportes e Serviços Gerais, Alessandra Dal’Lasta, em Passo Fundo não há diferença de preço nas bandeiras I e II. Quando o taxímetro começa a rodar o preço é de R$ 3,48. A bandeira a cada quilômetro rodado é de R$ 3,59. A hora parada é de R$ 10,44 e a taxa fixada entre o aeroporto e o centro (até a Escola Fagundes dos Reis) é de R$ 40,00. “A fiscalização é feita por um agente fiscal de dois em dois meses e uma aferição anual do Inmetro. Quando recebemos a denúncia o caso é verificado”, explicou a funcionária.

O secretário de Transportes e Serviços Gerais, Cristiam Thans, disse que tem conhecimento das denúncias e a uma equipe está sendo montada para intensificar a fiscalização. A primeira reunião do grupo para tratar desta questão será após o Carnaval, quando alguns funcionários retornam de férias. Além disso, eles tão analisando a possibilidade de revisão na legislação municipal em parceria com a Câmara de Vereadores para aumentar o poder de fiscalização. A terceira medida será a numeração dos táxis. “Estamos montando um sistema de identificação por números. Cada táxi terá um número visível para o usuário”, disse Thans.
O secretário também afirmou que o taxista pode perder o alvará de licença. O telefone para denúncia é (54) 3316-7195. “Pedimos que os usuários denunciem pra secretaria. É importante que elas anotem a placa do táxi, o ponto, o dia e horário para facilitar a identificação do taxista”, ressaltou o secretário.

Usuários podem denunciar casos ao Procon

O coordenador do Procon, Rogério Silva, orienta para que os usuários de táxi observem se o taxímetro está ligado e também faça a denúncia. “O usuário deve observar se o taxímetro está ligado, pedir no início da corrida o valor estimado até o destino e também pedir recibo no final do trajeto. É importante identificar a placa do veículo e se possível o nome do taxista”, orientou Silva.
O coordenador do Procon ressaltou ainda que os casos devem ser denunciados e fiscalizados pelo órgão competente. Além disso, a categoria tem que prezar pelo bom atendimento. “O taxista é uma espécie de relações públicas da cidade. É o primeiro contato de muitas pessoas que chegam e acabam informando sobre a cidade e população”, enfatizou Silva.

Taxistas se defendem
Um taxista que atua há 12 anos nesta profissão disse que a prática é comum no município e acontece principalmente devido a taxa cobrada pelos patrões. Ele contou que isto acontece principalmente nos pontos da rodoviária, em frente ao Colégio Notre Dame e São Vicente de Paulo. “Hoje o dono do táxi cobra do funcionário R$ 1,85 por quilômetro. Se eu fizer uma viagem daqui até a UPF com o taxímetro ligado vai sair R$ 25,00 para o usuário. Pra mim a viagem vai render R$ 3,00. Então temos que cobrar mais para o lucro ser maior para o funcionário. O que tem que mudar é a exploração dos patrões. O valor que os patrões deveriam cobrar da gente é de R$ 1,60 pra ficar bom”, explicou o taxista. O presidente da Associação dos Taxistas foi procurado pela reportagem de O Nacional, mas a informação é que ele estaria viajando e só deve retornar nesta sexta-feira.

Acompanhamento
O vereador Patric Cavalcanti (DEM), encaminhou ao Executivo, nesta semana, uma Indicação sugerindo a criação de um programa de incentivo ao uso do Táxi em Passo Fundo, com o nome “Vá de Táxi. É legal. É seguro.” Segundo o vereador, a ideia é qualificar o serviço e promover convênios para a redução das tarifas. A partir da indicação, o parlamentar recebeu inúmeras reclamações da comunidade relatando que os profissionais não utilizam o taxímetro, muitas vezes, negando-se a ligar o equipamento quando o passageiro solicita. Para tratar deste assunto e outras ações, o vereador reúne-se na próxima quinta-feira (14), às 10h30, com o Secretário de Transporte e Serviços Gerais, Cristiam Thans e com a Associação de Taxistas do município. De acordo com o vereador, “este transporte é cômodo e seguro. Precisamos melhorar o serviço, aumentar a fiscalização e discutir a redução das tarifas para que a população possa andar de táxi em nosso município”.

Valor das tarifas do táxi em Passo Fundo:
Bandeirada - R$ 3,48
Bandeira I - R$ 3,59
Bandeira II - R$ 3,59
Hora Parada - R$ 10,44
Aeroporto - R$ 40,00
Fonte: Decreto municipal nº 78/2011

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