Carnaval não tem idade

Idosos dos asilos da Fundação Lucas Araújo fizeram a folia com a escola de samba Acadêmicos da Chalaça na tarde da sexta-feira

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Quem pensa que carnaval é só para os jovens, não conhece a animação dos idosos que moram nos asilos mantidos pela Fundação Lucas Araújo. Todos os anos eles têm uma tarde de carnaval. Mas este ano a festa teve mais brilho, pois contou com a participação de uma escola de samba, a Acadêmicos do Chalaça, que levou as soberanas e integrantes da bateria para animar os foliões.

A festa já estava toda preparada, com direito a muitos balões, confete e serpentina, mas a animação foi total quando a escola entrou, já tocando a bateria e entoando sambas-enredo. De acordo com o auxiliar administrativo do asilo, Leandro Bellotti, todos os anos é promovida uma festa de carnaval para os moradores do asilo, mas esta foi a primeira vez que uma escola de samba foi convidada. “Agradecemos muito a eles, porque sabemos que é difícil sair do trabalho para poder vir numa sexta-feira à tarde”, salienta.

A folia reuniu cerca de 60 idosos dos dois asilos da Fundação Lucas Araújo e também foram convidados os idosos do asilo dos vicentinos, que fica na mesma rua. Com idades entre 60 e 113 anos, todos se divertiram e estamparam contagiantes sorrisos nos rostos. Até mesmo Dona Dominguinha, a moradora de mais idade do asilo, participou da festa, cheia de empolgação e com um grande sorriso.

O baile de carnaval dos idosos seguiu durante toda a tarde, mesmo depois que os integrantes da Acadêmicos do Chalaça foram embora. “Sempre que a gente faz a festa, eles ficam muito alegres, eles gostam muito”, completa Bellotti.

A assistente social Denise Rossetto diz que várias festas são promovidas ao longo do ano, mas que esta foi especial principalmente pela presença da escola de samba. “Sabemos que alguns dos integrantes da Acadêmicos do Chalaça saíram do trabalho para poder vir até aqui, se prontificando a fazer o carnaval e deixaram todos muito felizes”, comenta.

Promover o carnaval na entidade é uma das formas encontradas pelos profissionais que atuam no asilo de fazer com que os idosos socializem uns com os outros. Além dos moradores dos asilos da Fundação, alguns idosos do asilo vizinho, mantido pelos vicentinos também participaram. “Procuramos convidar sempre, porque é bom socializar. Temos sempre a festa junina também, que é muito divertida e eles gostam muito. No final do ano, fazemos uma comemoração que reúne os familiares dos idosos. Todos que têm família podem convidá-la para um almoço de confraternização”, destaca Denise.

Primeira vez
“É muito bonito o carnaval daqui. Achei muito bom, não esperava que fosse ter escola de samba”, afirma toda alegre a senhora Maria de Fátima Protz, de 65 anos, há três moradora do asilo, de blusa rosa no centro da foto. Dona Maria conta que não era acostumada a ir a bailes de carnaval quando era jovem, mas desde que está no asilo participa de todas. “Goste muito de pular o carnaval, está tudo bem colorido”, completa.
Depois de um período de adaptação, que ela conta que foi bastante difícil, agora Dona Maria se diz adaptada à vida no asilo. “Aqui a gente tem todos os horários certos, os remédios na hora marcada. E ainda temos essas festas”, argumenta.

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