Nem bem o segundo mês do ano está chegando ao fim e o número de focos de larva do mosquito da dengue é semelhante ao encontrado durante todo o ano de 2012. De acordo com o Núcleo de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, 11 focos de larva do Aedes aegypti já foram encontrados este ano. Durante todo o ano passado, foram 14 focos.
Todas as larvas foram encontradas nas armadilhas mantidas pela Vigilância que são, como o próprio nome diz, locais mantidos com água limpa e parada propositalmente para que os mosquitos depositem seus ovos e então o Núcleo possa fazer a coleta e analisar quais as espécies de mosquitos que estão circulando no município. Ao todo, são 353 locais com armadilhas, sendo 256 em pontos estratégicos. As demais são colocadas em uma de cada 10 casas visitadas pelos agentes de controle da dengue.
“Esse número de focos está fazendo com que o Núcleo fique bem atento e também deve servir de alerta para a população”, salienta a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental, Elonise Márcia Dalpiaz. De acordo com ela, toda a equipe de agentes está na rua, realizando o trabalho nas áreas onde foram encontradas as larvas e, por isso, a população deve estar ainda mais atenta para os riscos de que o mosquito apareça em suas residências.
“Se existem larvas, é sinal de que existe o mosquito, que está colocando ovos”, ressalta Elonise. E o perigo de aparecimento do mosquito é ainda maior nesta época do ano, quando acontecem chuvas frequentes e a temperatura está elevada. “O que está ocorrendo atualmente no clima é o ideal para a proliferação do mosquito: chuva e calor. Nestas condições, com temperatura entre 24ºC e 25ºC, os mosquitos se desenvolvem mais rapidamente. É o melhor momento para eles se reproduzirem”, alerta a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental.
Diante disso, aumenta a importância das pessoas manterem suas casas sem locais propícios para o aparecimento do mosquito. É importante não deixar nada que possa acumular água da chuva exposto no pátio, tais como garrafas, potes, vasos de plantas. Até mesmo os comedouros de animais devem ser lavados com frequência para evitar que os mosquitos depositem seus ovos. Outro alerta é que, diferente de anos anteriores, em 2012 o número de focos encontrados aumentou no período do inverno, quando costumam diminuir em virtude do frio e esta situação pode se repetir este ano.
Sem casos
Apesar do número de focos de larva, Passo Fundo ainda não teve registro de casos da doença contraídos no município, o que significa dizer que ainda está negativo. Porém, a ocorrência de casos em municípios próximos aumenta o risco de que apareçam insetos infectados por aqui. “Como o município não é positivo, o que fazemos é delimitar onde foram encontrados os focos e realizar um trabalho mais intensivo nessas áreas, mas precisamos estar alertas porque temos muitas cidades em volta com focos da doença. Passo Fundo, como um polo regional, recebe diariamente muitas pessoas que vêm desses locais”, destaca.
A doença
O mosquito que transmite a dengue é um pernilongo escuro com listras brancas e tem por hábito picar durante o dia. O Aedes aegypti somente se infecta com o vírus da dengue ao picar uma pessoa com a doença, então o mosquito passa a transmitir o vírus. Entre os principais sintomas da dengue clássica estão: 99% das pessoas apresentam febre durante cerca de sete dias com início abrupto; 60% têm dor de cabeça frontal severa, dores nas articulações e músculos; 50% têm dor atrás dos olhos (retro-orbital); 50% têm prostração, indisposição, perda de apetite, náusea e vômitos; e 25% têm manchas vermelhas no tórax e braços. A dengue se diferencia de resfriados e gripes por não apresentar sintomas respiratórios.
Não existe tratamento específico. Diante a mínima suspeita de dengue, as pessoas não devem utilizar medicamento a base de ácido acetil-salicílico e devem beber bastante água e consultar um médico.
(Fonte: Secretaria Estadual de Saúde)
