A estimativa do Grupo de Mulheres em Busca da Vitória é confeccionar cerca de 400 cestas ecológicas para a época de Páscoa em Passo Fundo. O trabalho está sendo realizado por aproximadamente dez mulheres integrantes do grupo. Os produtos, que também abrangem coelhos, custam entre R$ 3,00 a R$ 30,00. Há mais de 15 anos, estas mulheres trabalham com artesanato e materiais recicláveis para ajudar na renda familiar.
As cestas são produzidas em vários tamanhos. Quando prontas, as cestas feitas de jornais e revistas até parecem de vime. Tudo é feito com doações da comunidade. A cola é caseira preparada com farinha de trigo. São cerca de uma hora de trabalho apenas para trançar os 80 palitos de papel. A cola é passada em seguida. Depois que ela seca, as artesãs passam a tinta branca e o verniz proporciona o toque final. Também a cestas coloridas: vermelhas, verdes, marrons e azuis.
As mulheres estimam ganhar um salário mínimo nesta Páscoa com a venda dos produtos. As cestas podem ser adquiridas na sede da associação no bairro Bom Jesus. Informações pelo telefone (54) 9201-1208 ou (54) 9169-9625.
O sonho de construir uma fábrica de cestas
As cestas são produzidas durante todo ano, principalmente no Natal, Páscoa e Dia das Mães. “Queremos vender para as floriculturas, nas feiras e colocar no comércio. Queremos qualificar ainda mais o nosso serviço”, revelou a presidente do Grupo de Mulheres em Busca da Vitória, Mara de Lourdes Sampaio Lui.
A associação, que já possui CNPJ, abrange cerca de 30 famílias. O principal problema é a falta de um local apropriado. As mulheres também trabalham com a reciclagem. Os materiais são depositados em um galpão nos fundos da casa da presidente do grupo e o dinheiro com a venda é dividido entre as mulheres que trabalham. No entanto, o galpão não é adequado e não comporta mais a demanda.
Além disso, as mulheres se reúnem em um espaço improvisado na casa da Mara. O local também serve para as aulas de violão para as crianças. A presidente disse que eles já possuem um terreno, mas não têm dinheiro para fazer a construção da sede. “Vamos fazer um projeto, criar uma cooperativa. A nossa intenção também é criar um espaço de cultura para os jovens. Mas precisamos da ajuda do poder público ou de pessoas interessadas em nos ajudar”, disse Mara.
Em busca da vitória
As mulheres que produzem as cestas ecológicas são de famílias humildes e estão em busca de uma transformação. O grupo existe há cerca de 15 anos e surgiu da necessidade de mudar a realidade das mulheres do bairro. Conforme a fundadora, Mara de Lourdes Sampaio Lui, de 49 anos, no início eram apenas quatro mulheres. Depois de trabalhar como diarista, Mara ficou desempregada e precisou achar um jeito de ajudar na renda. Mara percebeu que assim como ela, as vizinhas também precisavam mudar de vida. Sem dinheiro para comprar roupas e também alimentos, as mulheres começaram a se reunir na casa da Mara e produzir peças em tricô e crochê para vestir os filhos. Aos poucos, o artesanato também começou a ser fonte de renda. “Fizemos meias de tricô, juntamos retalhos para fazer roupa. Vestimos os nossos filhos”, revelou Mara.
As garrafas pet, retalhos, caixas de leite, jornais e revistas transformam-se em enfeites, utilitários e arranjos. As doações de alimentos e roupas são divididas com o grupo. “Dividimos até o pão. O nosso grupo é um exemplo no bairro. Sempre estamos participando de cursos. O grupo ajuda na nossa autoestima. Queremos uma vida melhor”, ressaltou a presidente do grupo.
Doações
As pessoas interessadas podem ajudar o grupo com a doação de roupas, calçados, alimentos, materiais recicláveis e também com móveis. Para a fabricação das cestas, o grupo está precisando de cola branca.