Uma imagem via satélite de Passo Fundo está servindo de instrumento de trabalho para que a Secretaria da Educação inicie novas ações na educação especial. O mapa, que identifica onde estão localizadas as escolas que possuem infra-estrutura e professores especializados em educação especial, servirá de ponto de partida para compartilhar as salas de recurso, onde são atendidos alunos com deficiências físicas e mentais matriculados nas redes municipal e estadual na cidade.
A intenção, segundo o secretário de educação, Edemilson Brandão, é integrar, qualificar e ampliar o atendimento, através de um convênio entre o município e a 7ª Coordenadoria de Educação, já que ambas as redes possuem carências. No município, onde todas as escolas foram equipadas com salas multifuncionais, a principal dificuldade é a formação dos professores. Na rede estadual, a dificuldade é a infra-estrutura, pois apenas nove escolas possuem as salas multifuncionais em funcionamento. “A nossa proposta é capacitar nossos professores e compartilhar estes espaços a partir da unificação da central de matrículas, que entrará em funcionamento no próximo ano”, explicou.
Nas escolas municipais, o avanço foi significativo nos últimos anos. Em 2007 existiam apenas duas salas de recurso. Em 2010, eram oito salas e no momento, o município já possui 36 salas de recursos, que podem atender alunos com deficiência mental, auditiva, visual e altas habilidades. No entanto, a maior dificuldade é formar a rede de professores para integrar realmente estes alunos no atendimento. Por isso, o secretário quer promover cursos de capacitação entre os professores do estado e do município e, em contrapartida, pretende oferecer a estrutura do município ao Estado para atender os alunos que deixarem as escolas municipais para integrar a rede estadual no ensino médio, por exemplo. “Vamos colocar a disposição as nossas salas para dar continuidade ao atendimento quando o aluno ingressar na rede estadual. A interrupção é prejudicial a criança e ao adolescente”.
A mediadora da educação especial da 7ª CRE, Liara Signori Morales, explica que já existe uma cooperação entre as redes, mas que será aperfeiçoado com o convênio. “O aluno tem direito a freqüentar a sala no local mais próximo de casa, independente se tiver matriculado na rede estadual ou municipal. Atualmente ele precisa freqüentar onde tem vaga e as salas do Estado estão lotadas”, explicou Liara. A única sala que possui docentes especializados em deficiência visual, por exemplo, está localizada na Escola Estadual Wolmar Salton.
Mapeamento
Brandão explica que o mapeamento da educação vai abranger diversos segmentos, como transporte escolar, áreas de lazer e esporte, bibliotecas e fibra óptica, com a intenção de realizar um trabalho integrado com outras instituições do município. “Com o maior número de informações, a proposta é compartilhar estes espaços, como, por exemplo, ginásios e bibliotecas de escolas particulares, que podem qualificar os projetos do Mais Educação no contra turno das aulas”, explicou.
