A incidência da lagarta-da-maçã em lavouras de soja está maior nesta safra. O calor e o bom desenvolvimento da cultura estão entre os fatores que favorecem o desenvolvimento da praga. Além desta, a falsa-medideira também tem aparecido em algumas propriedades. As duas espécies são de difícil controle e os agricultores devem estar atentos ao problema para evitar perdas na produtividade.
O engenheiro agrônomo da Cotrijal Leonardo Rosso destaca que não há um surto generalizado da lagarta-da-maçã, mas neste ano se observou um surto maior em relação às safras anteriores. Apesar da praga não desenvolver uma população muito grande, ela pode causar prejuízos expressivos quando não controlada adequadamente. “Ela causa dano direto nas vagens. Um problema que temos visto é a dificuldade de controle no fim do ciclo. A soja cresceu bastante e apresenta uma massa foliar maior e há a dificuldade de se chegar nessas lagartas que estão embaixo das folhas”, pontua.
As plantas bem desenvolvidas acabam criando o chamado efeito guarda-chuva. As folhas da planta acabam protegendo as lagartas dos inseticidas principalmente quando não há uma boa tecnologia de aplicação, ou quando se usa o produto de forma incorreta.
Incidência
A ocorrência da lagarta-da-maçã em lavouras de soja é mais comum no Mato Grosso que tem temperaturas mais elevadas. Na região, a praga começou a aparecer devido a vários fatores. O controle de outras pragas está entre eles, pois acabou abrindo espaço para que ela pudesse se desenvolver. O nome lagarta-da-maçã é popular. Ao invés de atacar macieiras, a praga é originária da cultura do algodão.
Prejuízo
As perdas econômicas dependem da população da praga e também a intensidade do ataque às vagens. Segundo Rosso, se apenas uma vagem por planta for atacada a perda pode chegar a um ou dois sacos por hectare. Embora não se tenha um grande problema, o agrônomo esclarece que já há perdas. “Constatamos muitos ataques de vagens. Não é generalizado, mas não tínhamos isso antes e é um dano direto. Quando a lagarta ataca um grão, a vagem toda é perdida e isso compromete bastante a produtividade”, explica.
Falsa-medideira
A lagarta falsa-medideira também tem preocupado os técnicos. A praga tem hábito noturno, e durante o dia costuma ficar escondida devido às temperaturas mais elevadas. Esse comportamento dificulta a identificação do problema e consequentemente o controle. Dados disponíveis no site da Embrapa apontam que esta lagarta é mais tolerante aos inseticidas, necessitando de doses maiores. Ela se alimenta de folhas da parte mediana da planta e ocorre no período reprodutivo da cultura.
A orientação de Rosso é que os produtores busquem apoio dos técnicos para fazer o manejo correto. “Hoje o controle de lagartas não é só a aplicação do produto, mas depende de manejo e monitoramento. Tem que monitorar para identificar as pragas que estão na lavoura e saber qual procedimento seguir. Algumas lagartas são mais fáceis de controlar em relação a outras. Por isso é fundamental a correta identificação”, alerta lembrando que a tecnologia de aplicação dos defensivos faz a diferença na eficiência de controle.