Crise de natalidade
Danielle Novaes de Oliveira fez abordagem sobre a crise de natalidade na Alemanha. Neste a país população de jovens e adolescentes registra redução. No ano 2000 eram 15 milhões de jovens até 18 anos e hoje são 13 milhões. O governo investe 200 bilhões de euros em políticas familiares, onde hoje se encontra a promoção da natalidade, sob preocupação de uma geração próspera e que não segue tradição de fecundidade. Danielle observa que a figura da mãe alemã expressa uma missão de relevância funcional e econômica pela ênfase da responsabilidade. Optar pela maternidade na Alemanha é assumir inteiramente as tarefas de criação, renunciando ao mundo das oportunidades e realização profissional em abundância no país. Dizem observadores que este olhar de grande seriedade e prioritário para a criação do bebê e acompanhamento infantil adquiriu tamanha envergadura que pesou definitivamente na redução de mães dispostas e gerar filhos.
Creches vazias
Citada como exemplo de estrutura social e educacional no mundo, repentinamente apresenta-se um quadro antagônico em relação às condições do resto do mundo. Creches e escolas de educação básica, padrão inquestionável, mas vazias. É o homem quem garante a necessidade financeira da casa. É vista como anormal a divisão de tarefas ou compartilhamento dos cuidados da criança pelo cônjuge varão. A mulher (mãe) que opta pelo trabalho, e se desdobra nas tarefas não é bem vista pela inteligência da responsabilidade educacional. Tanto que a mulher que trabalho e cuida do filho, ou a deixa na creche durante o dia é denominada “Raben Mutter” – mãe corvo. Nem a campanha de incentivo à natalidade moveu os casais a terem mais filhos. As políticas públicas para proteger o nascimento e educação da infância até a juventude criaram um grau de exigência que assusta as mulheres.
Bebês de viciadas
O relato sobre a origem das crianças socorridas nos abrigos infantis é gravíssimo, conforme informações da Capital do Estado. Cada dez bebês acolhidos, oito são nascidos de mães ou pais contagiados por doenças endêmicas, como AIDS, ou graves seqüelas do tóxico. Este, quase sempre é o fulminante crack, causador de tantos males que vão do abandono até a contaminação do bebê.
Controle
Vejam como se torna difícil falar de um assunto que é rejeitado por muitos: controle de natalidade. Se a sociedade alemã parece rigorosa demais ao cultuar a responsabilidade de mulher, com dedicação exclusiva, não se pode repensar as coisas sem cogitar formas de controle. Parece que no Brasil, é preciso apertar a responsabilidade da maternidade. O incrível é que a natalidade que mais foge do controle não é na vida familiar estável. Além da maternidade e paternidade precoce (aos 16 anos ou menos), mães, pais, tios e avós, vivem cada vez mais pressionados pela concepção ao acaso. Isso ocorre pronunciadamente entre famílias ou namorados de baixa renda que logo se separam diante das dificuldades financeiras.
Foco na criança
Hoje já se percebe no judiciário e na assistência psicológica da criança, que as ações ou decisões tomam por vértice o interesse dos filhos. A busca é no sentido de conferir responsabilidade pelo ser indefeso que precisa ser amparado pelos pais e pelo estado. A retomada deste sentido de compromisso como valor humano e social é inadiável. A versão machista nas relações amorosas leva o jovem ou adulto à fuga dos compromissos por pura falta de valor moral, cedendo em omissão ao dever de sustentar (amparar) o filho. A vinda de um novo ser, a maternidade revestida pela missão divina como é, acabam suprindo lacunas e compensando em parte as dificuldades. Muitas vezes, no entanto, a falta de amparo à criança é falta de amor, sem o qual falta tudo.
Retoques:
* Yoani Sánchez, jornalista, não é uma vedete, nem se notabiliza mostrando seios. A sociedade brasileira não pode observá-la com olhar politicamente infantilizado. Ela é idealista.