O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do País em janeiro ficou em 5,4%. Em dezembro, a taxa foi de 4,6%. A taxa de janeiro foi a mais baixa para o mês desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego, em 2002. A pesquisa teve início em março de 2002. Em janeiro de 2012, a taxa de desemprego tinha ficado em 5,5%. O resultado veio dentro das expectativas do mercado financeiro. "A taxa de desocupação, como era esperado, subiu (de dezembro para janeiro). Isso era esperado em função de seu comportamento sazonal. Os trabalhadores temporários ou pessoas que pararam de procurar emprego em dezembro voltaram a procurar em janeiro. Todo janeiro tem aumento na taxa de desocupação", disse Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, narrou para o Jornal Estadão.
Por que falta mão de obra? Essa pergunta todos os empresários fazem, de todos os setores, independente do tamanho das empresas. Para a analista de Recursos Humanos da Vânia Batista da Confederação Nacional do Comércio, “não é porque sobram vagas que o empregador contrata indiscriminadamente. A primeira grande dificuldade é encontrar um candidato que saiba escrever, ler e entender o que leu. Se você colocar 10 pessoas em uma sala, 4 pessoas não sabem o que estão lendo, não têm o discernimento de entender o que é o teste. É um fator de reprovação. Não tem como contratar.”
A escassez de mão de obra qualificada tornou-se um dos entraves mais relevantes para o desenvolvimento do país, tanto quanto a nossa baixa qualidade de infraestrutura. A falta de trabalhadores qualificados lidera hoje o ranking de preocupações das empresas brasileiras, deixando para trás até mesmo temas clássicos como a alta carga tributária, o custo de mão de obra e a concorrência de mercado.
Pesquisa recente divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que para 49% das grandes indústrias esta é hoje a principal dor de cabeça. Entre estabelecimentos de pequenos e de médio porte, o percentual é ainda maior: 56,5% e 57%, respectivamente.
Estudos internacionais indicam que o Brasil é atualmente um dos países do mundo onde é maior a dificuldade de se obter mão de obra. Apenas no Japão e na Índia a escassez é mais aguda, segundo a consultoria Manpower. O problema não se limita aos trabalhadores de nível superior, mais notadamente engenheiros. É cada vez mais raro também encontrar pessoal de nível médio bem treinado e qualificado à disposição no mercado.
Diante desse cenário, de falta de mão de obra qualificada, pode-se evidenciar a falta de investimentos por parte dos governos ao longo dos anos. Investimentos esses, que ainda são feitos na universalização do acesso e não na qualidade da educação, seja por falta de interesse ou até mesmo por falta de entendimento do cidadão comum, que ainda se contenta com o ensino ser gratuito e em muitas vezes não reclamar da qualidade.
Observa-se que a qualificação profissional vai do querer das pessoas, do interesse, da boa vontade, das perspectivas e expectativas de futura, quanto a sua melhora da qualidade de vida, potencial do mercado de trabalho, inovação e de um bom sistema de ensino que garanta sua qualificação profissional.
No entanto, o setor público e o privado podem em conjunto diminuir as dificuldades encontradas no mercado, o primeiro ao investir na oferta de cursos que atendam as necessidades das empresas e também dos trabalhadores quanto a sua vocação, o segundo na manutenção das ofertas de vagas de trabalho, na qualificação constante dos seus colaboradores, pois se o líder empresarial, desenvolve, inspira e contribui para que o funcionário possa crescer, ele dificilmente trocará de empresa.